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*Por José Esteves

A adoção da Transformação Digital (TD) nas compras públicas representa uma evolução crucial para a eficiência e a transparência desses processos no contexto da administração pública brasileira. Nesta seção, exploraremos a maneira como a Inteligência Artificial (IA) pode revolucionar aspectos específicos das compras públicas, sempre que possível com o destaque para casos práticos e exemplos concretos, de maneira a tornar aproximar o mais possível da sua aplicação prática.

Figura 1 – Fluxograma de decisão para contratações públicas de inovação no Brasil

A implementação da Inteligência Artificial no processo de compras públicas no Brasil, por exemplo, tem estimulado a reflexão dos gestores – tanto na iniciativa privada como nos governos, no sentido de identificar aquelas que poderiam ser classificadas como oportunidades significativas para aprimorar a eficiência, não apenas dos processos licitatórios formais, mas também da implementação de políticas públicas, e da transparência que deve reger esses ambientes.

Entendemos que as empresas de tecnologia, por exemplo, passam a desempenhar um papel essencial nesse cenário, não apenas no que diz respeito ao desenvolvimento das suas soluções inovadoras para a gestão pública, mas também colaborando com a capacitação e adaptação dos órgãos públicos a essa nova era digital nas compras governamentais. Identificamos algumas dessas possibilidades, tomando-se como referência a habilitação de ambientes específicos:

  1. Eficiência e Agilidade: A startup brasileira DocuSign, por exemplo, implementa soluções de PLN para acelerar a verificação de documentos, reduzindo o tempo necessário para a fase de habilitação.
  2. Transparência e Segurança: A startup OriginalMy, por exemplo, pode ser considerada uma pioneira, e tem trabalhado em projetos que utilizam blockchain para garantir a integridade e a transparência em processos licitatórios.
  3. O Desenvolvimento de Soluções Específicas: Empresas como a SML Brasil – agora atendendo pelo nome de Zeev, têm investido no desenvolvimento de soluções específicas que atendem aos requisitos do novo marco legal. Seus sistemas integram IA, por exemplo, para automatizar processos e garantir a conformidade com as normativas vigentes.
  4. Temas centrados em Recursos Humanos, na Capacitação e Treinamento: Empresas como a Senior Sistemas, que oferecem não apenas soluções tecnológicas, mas também serviços de suporte técnico e treinamento para garantir a implementação eficaz de suas ferramentas nas diferentes instituições públicas que se habilitarem a contratação de seus serviços.

A Transformação Digital, como podemos observar nesses exemplos práticos, tem redefinido os paradigmas em diversos setores, e nas compras públicas não é diferente. Ao explorarmos alguns dos impactos da digitalização nesse cenário, abordando desafios, oportunidades e exemplos práticos que ilustram como a tecnologia está moldando a eficiência e a transparência nos processos de aquisição governamentais no Brasil.

O papel das empresas de tecnologia nas compras públicas, inclusive e as desenvolvedoras de softwares, vai além da oferta de soluções tecnológicas:  Ele representa a possibilidade de aperfeiçoamento de uma parceria estratégica para a modernização e eficiência dos processos governamentais.

Também nessa direção devem caminhar os estudiosos e pesquisadores sobre o tema das compras públicas.

José Luiz Esteves, DBA é pós-doutor em Inovação para a Sustentabilidade Organizacional pelo PPAD/PUC-PR; professor dos MBAs em Gestão e Inovação da PUC-PR; pesquisador integrante do Think Tank ABES e CEO da Edtech Exponentialis Educação 4.0. As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, os posicionamentos da Associação.

Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software

 

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