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*Por Ana Claudia Donner Abreu

Ao longo de 2023, o Think Tank da ABES/IEA-USP consolidou-se como um espaço de oportunidades para refletirmos sobre diversos aspectos das empresas de tecnologia e seus impactos na sociedade. Meu foco aqui é o Futuro do Trabalho e os impactos advindos da Transformação Digital sobre o Trabalho (TDT).

O Brasil já implementou sua Estratégia de Transformação Digital (E-digital), uma iniciativa visando posicionar o país como líder digital e fomentar o crescimento econômico sustentável através da adoção de tecnologias digitais inovadoras. A E-digital estabelece objetivos fundamentais, incluindo a promoção da inclusão digital, o fortalecimento da cibersegurança, a expansão do acesso à internet e o estímulo ao empreendedorismo tecnológico. Ela também visa digitalizar serviços públicos, promover a educação digital e fomentar a inovação em setores-chave da economia.

Um pilar central da E-digital é o desenvolvimento de infraestruturas digitais robustas, incluindo a expansão da banda larga, o fortalecimento da segurança cibernética e a modernização da infraestrutura de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação). Além disso, enfatiza a capacitação digital e a alfabetização da população brasileira através de programas educacionais.

Apesar da E-digital delinear uma visão abrangente, políticas públicas específicas para a Transformação Digital do Trabalho são cruciais. A evolução tecnológica e a automação estão mudando a natureza do trabalho globalmente, exigindo uma abordagem proativa para preparar os cidadãos para um mercado de trabalho digitalizado.

Portanto, é essencial desenvolver políticas que se traduzam em programas de capacitação digital e educação profissionalizante, acessíveis a todos, garantindo a adaptação aos ambientes de trabalho em evolução. Além disso, é importante criar um ambiente regulatório que fomente a inovação tecnológica e o empreendedorismo digital, simplificando procedimentos burocráticos e promovendo parcerias entre os setores público e privado. Outro aspecto vital é promover a inclusão digital e garantir o acesso equitativo às oportunidades digitais, evitando a perpetuação de disparidades sociais e econômicas.

Para uma transformação digital do trabalho efetiva e equilibrada, é fundamental uma governança multinível, incluindo empresas, trabalhadores, governo e sociedade civil. Ao alinhar os objetivos da E-digital com políticas concretas, o Brasil pode estabelecer uma base sólida para a transição para uma economia digital, impulsionando a competitividade econômica e promovendo o desenvolvimento social.

A ABES, como parceira estratégica na implementação da E-digital, pode contribuir significativamente para o avanço da transformação digital do trabalho no Brasil, beneficiando o setor de software e a sociedade brasileira. Suas contribuições podem incluir:

  • Promoção da inclusão digital e cibersegurança: Desenvolvendo soluções para ampliar a inclusão digital e fortalecer a segurança cibernética;
  • Apoio ao empreendedorismo tecnológico: Facilitando iniciativas que apoiam startups e empreendedores de tecnologia;
  • Desenvolvimento e capacitação digital: Colaborando na formulação de políticas e programas educacionais e de treinamento;
  • Modernização da infraestrutura de TICs: Atuando como uma voz influente na modernização da infraestrutura de TIC do Brasil;
  • Fomento à inovação e desenvolvimento tecnológico: Incentivando parcerias entre o setor privado e público;
  • Promoção da Transformação Digital do Trabalho: Sendo uma agente chave na promoção da TDT no Brasil.

É evidente que a E-digital tem um papel central na transformação digital do Brasil. Para torná-la uma realidade tangível, políticas públicas voltadas para capacitar os trabalhadores e promover a inclusão digital e a inovação tecnológica são essenciais. A ABES pode ser uma parceira estratégica na implementação da E-digital do Brasil, beneficiando tanto o setor de software quanto a sociedade brasileira como um todo. 

*Ana Claudia Donner Abreu é Pesquisadora THINK TANK ABES – IEA/USP e Pesquisadora Sênior do Laboratório de Engenharia da Integração e Governança do Conhecimento do PPGEGC/UFSC. As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, os posicionamentos da Associação.

Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software

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