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Para construir uma Inteligência Artificial Geral (AGI), seria necessária tecnologia com uma inteligência que é pelo menos compatível à dos seres humanos, o que implica criar um modelo matemático que permitiria a previsão do comportamento. Como o sistema neurocognitivo humano é complexo e, portanto, impossível de ser traduzido em modelos matemáticos, não é possível criar uma emulação de software humano. Esses são os motivos pelos quais uma AGI é impossível, segundo Barry Smith, Diretor do Centro Nacional de Pesquisa Ontológica (NCOR) e professor da Universidade Buffalo. O autor de “Why Machines Will Never Rule the World: Artificial Intelligence without Fear” (Por que as máquinas nunca dominarão o mundo: inteligência artificial sem medo) está no Brasil para participar do ABES Conference 2022, evento promovido pela ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software que discute sobre as constantes mudanças no cenário tecnológico. O evento pode ser visto pelo canal da ABES no YouTube.

Smith explica o porquê não é possível emular os sentimentos humanos e o porquê a IA continuará sendo mais eficiente que os humanos ao longo de certos caminhos, como no reconhecimento de padrões, mas nunca será capaz de aprender sobre predição: “A IA só funcionada quando há certa distribuição e em sistemas simples, em que a predição pode ser feita via matemática newtoniana e lógica. Somos um sistema complexo, em que há novos elementos, forças, interações o tempo todo. Cada um dos 100 bilhões dos nossos neurônios são um sistema complexo”.

Como exemplo, Smith fala sobre os sistemas de tradução online que não entendem o sentido das palavras. “Se você traduzir algo de inglês para português, do português para o alemão e depois para o inglês novamente, não haverá semântica e as frases perderão o sentido”, resumiu. Segundo ele, esses sistemas utilizam 213 milhões de parâmetros que nunca serão “explicáveis” e criam modelos simplificados das línguas. “Fazem um bom trabalho, mas falham frente a um tradutor humano, pois há muitos aspectos da linguística que não são conscientes, possuem muitos parâmetros e variações. O tradutor online trabalha com o que é estático e não com a semântica cognitiva”, explicou o professor durante a abertura do ABES Conference 2022.

Na sequência, Marc Etienne Ouimette, Global Lead, AI Policy da AWS; Aline Oliveira Pezente, Co-fundadora e Chief of AI & Product Strategy da Traive; e Caio Guimarães, Partner do Boston Consulting Group GAMMA (divisão de Inteligência Artificial) falaram sobre como usam a inteligência ativa na tomada de decisão, a importância e os resultados ao garantir a alfabetização de dados das pessoas e como transformar resultados da IA, Big Data e Analytics em inteligência acionável para negócios. Segundo eles, a inteligência ativa não é só para grandes empresas, mas é preciso mudar culturalmente para que as decisões sejam tomadas com base em dados. E, para isso, contratar e treinar talentos é fundamental para que a inteligência ativa seja real. 

A formação, retenção e atração de profissionais também foi destaque da segunda mesa redonda, que debateu como ter abundância de talentos em um mundo sem fronteiras. Para Eva Pereira – Alianças, Marketing e Legal da WOMCY (Women in Cybersecurity), focar em diversidade, equidade e softskills pode ser a chave para o crescimento de talentos em uma empresa. Izabel Branco, Vice-presidente de Recursos Humanos da Totvs acredita que além da habilidade técnica e visão de negócios, olhar para o que cada um pode entregar de melhor é fundamental: “Carreiras em Y são importantíssimas. É necessário saber reconhecer uma pessoa que é técnica e não quer ser gestor e, além disso, reconhecer o que é importante para aquela função, não necessariamente para aquela carreira”, explicou. Já David de Oliveira Lemes, Diretor da Faculdade de Estudos Interdisciplinares da PUC-SP e Guilherme Neves Cavalieri, Diretor Acadêmico da XP Educação defendem que a formação técnica agregada ao desenvolvimento de soft skills deve ser uma premissa básica para a formação de alunos dos cursos de tecnologia.

Acompanhe o evento pelo canal da ABES no YouTube.

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