Mobilização busca sensibilizar empresas a reciclarem seus equipamentos, e os recursos obtidos serão investidos em projetos de inclusão sociodigitais, alinhado as melhores práticas de ESG
A ABES – Associação Brasileira de Empresas de Software, sensibilizada com as recentes discussões da cúpula do clima e alinhada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), decidiu promover uma mobilização para reduzir o impacto ao meio ambiente por meio do descarte apropriado de equipamentos de TI. Nomeada de “Mobilização para a redução da desigualdade”, a campanha lançada pela associação, em parceria com a ReUrbi e Observatório do Terceiro Setor, e com apoio da Weber Shandwick, tem como objetivo apoiar projetos de inclusão social que promovam a capacitação na área digital, por meio dos recursos obtidos pela reciclagem de equipamentos de TI descartados pelas empresas.
A campanha tem como público-alvo todas as empresas do território nacional, associadas da ABES ou não, que possuem equipamentos de TI a descartar e que tenham interesse em participar deste movimento de impacto positivo no meio ambiente, sempre atendendo as práticas ESG (Meio Ambiente, Social e Governança na sigla em inglês). “A mobilização vem para assegurar de forma gratuita, simples e fácil às empresas, independente do seu porte, a aderirem as melhores práticas de governança socioambiental, alinhadas ao Pacto Global da ONU. Além de oferecer uma finalidade adequada para os produtos em desuso e proteger o meio ambiente, as empresas participantes contribuirão para a inclusão e qualificação sociodigital”, explica Rodolfo Fücher, presidente da ABES. “O ano de 2020 mostrou à sociedade e às empresas que é preciso melhorar a relação com o meio ambiente e que o acesso à educação e à empregabilidade passa necessariamente pela inclusão digital, este é o caminho para uma sociedade mais justa e inclusiva”, ressalta.
As empresas participantes da ação terão como benefício a isenção dos custos de logística, receberão documentação legal dos descartes e Relatório de Impacto Socioambiental (RIA) com as informações de impacto ambiental, econômico e social para uso em seus Relatórios de Sustentabilidade e Responsabilidade Social e poderão indicar projetos sociais que receberão as devolutivas dos recursos gerados por meio do programa ReciTech – que faz a coleta, reciclagem e reinsere os equipamentos na cadeia produtiva.
Estima-se que o Brasil gere, atualmente, 2.1 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos por ano, e aproximadamente 10% dessa quantidade são provenientes do setor de tecnologia, ou seja, 210 mil toneladas, que podem causar um impacto ao meio ambiente de 400 mil toneladas de gases de efeito estufa (GHG), semelhante uma cidade de 532.000 habitantes a cada ano, como Florianópolis (SC). As empresas do setor privado, de modo geral, são responsáveis por aproximadamente 30% dos descartes e o governo por outros 35%. A tendência global é de crescimento exponencial na geração desses resíduos. A quantidade de equipamentos eletrônicos de TI que se tornam obsoletos após 3 anos de uso descartada pelas empresas no Brasil é de aproximadamente 23.240.000 kg/ano e gerariam receita anual de R﹩ 162.680.000,00, levando em consideração que em média 30% dos equipamentos descartados teriam condições de serem recondicionados e reinseridos na economia e os outros 70% seriam reciclados.
“Considerando que apenas 5% desta receita gerada com a reciclagem e recondicionamento dos equipamentos descartados pelas empresas em todo o território nacional fossem revertidos a projetos sociais, teríamos R﹩ 8.134.000,00 a serem investidos por ano em projetos de inclusão social. Cada equipamento recondicionado, se aplicado em projeto de inclusão social, impacta por ano 11,8 pessoas. Até 2023 seriam mais de 880 mil pessoas beneficiadas”, informa Joel Scala, diretor do Observatório do Terceiro Setor. Em até 3 anos, por meio do descarte correto das empresas do setor privado, seriam geradas 6.278 toneladas de equipamentos de TI obsoletos destinados a reciclagem e/ou recondicionamento, equivalendo a 11.883.544 toneladas de gases de efeito estufa (GHG) e 74.027 toneladas de metais tóxicos que deixariam de ser emitidos. Esse total equivale ao lixo eletrônico gerado por 8.731.737 habitantes por ano, podendo comparar a 17 vezes a população de Florianópilis/SC ou a população do município do Rio de Janeiro/RJ e Curitiba/PR juntas.
“Por meio do processo de Logística Reversa e reciclagem dos equipamentos eletrônicos em desuso, a ReUrbi já evitou a emissão de mais de 2.460.000 kg de gases de efeito estufa e mais de 15.330 kg de metais tóxicos. Essa importante parceria de mobilização com a ABES, Observatório do Terceiro Setor, ReUrbi e Weber Shandwick possibilitará o aumento desses resultados tão importantes para o meio ambiente e o acesso à tecnologia ao incentivar o crescimento dos mais de 80 projetos de inclusão sociodigital já atendidos por nossa empresa”, finaliza Ronaldo Stabile, CEO da ReUrbi.
Empresas que tiverem equipamentos eletrônicos de TI que queiram contribuir para o meio ambiente e investir em projetos sociais, devem seguir as instruções no site do ReciTech . Entidades que possuem um projeto social alinhado ao propósito da campanha podem se inscrever para receber os recursos por meio de contato com o Observatório do Terceiro Setor: contato@observatorio3setor.org.br.
Sobre a ABES
ABES, Associação Brasileira das Empresas de Software, tem como propósito contribuir para a construção de um Brasil mais digital e menos desigual, no qual a tecnologia da informação desempenha um papel fundamental para a democratização do conhecimento e a criação de novas oportunidades para todos. Nesse sentido, tem como objetivo assegurar um ambiente de negócios propício à inovação, ético, sustentável, dinâmico e competitivo globalmente, sempre alinhado a sua missão de conectar, orientar, proteger e desenvolver o mercado brasileiro da tecnologia da informação.
Desde sua fundação, em setembro de 1986, a ABES busca ser relevante para seus associados e referência nacional e internacional do setor de tecnologia. Atualmente, a entidade representa aproximadamente 2 mil empresas, que totalizam cerca de 85% do faturamento do segmento de software e serviços no Brasil, distribuídas em 22 Estados brasileiros e no Distrito Federal, responsáveis pela geração de mais de 208 mil empregos diretos e um faturamento anual da ordem de 63,7 bilhões em 2019.