*Por Rennan Sanchez
O panorama tecnológico para 2024 projeta um cenário marcado pela ampla integração da inteligência artificial (IA) nas operações empresariais. Contudo, a verdadeira revolução não está apenas na adoção da IA, mas também na forma como ela será habilmente traduzida para soluções práticas e transformadoras ao longo do próximo ano.
As estimativas da Gartner ecoam uma mudança paradigmática, prevendo que, até 2026, mais de 80% das empresas terão incorporado interfaces de programação de aplicativos de IA generativa, modelos e/ou aplicativos habilitados para a tecnologia em seus ambientes de produção. Este salto considerável, comparado aos atuais menos de 5%, sugere uma democratização da IA generativa, prometendo redefinir a automação de tarefas, aumentar a produtividade e abrir novos horizontes de crescimento empresarial.
Entretanto, mergulhar nas potencialidades da IA é apenas o começo. O grande desafio enfrentado pela sociedade e pelas empresas reside na assimilação efetiva dessas inovações e sua aplicação pragmática. Tomemos como exemplo o setor do varejo supermercadista, no qual a IA pode ser uma aliada estratégica na otimização de processos. Além de reduzir custos operacionais, a automação impulsionada pela IA pode oferecer uma gestão de estoque mais inteligente, minimizando perdas e maximizando a eficiência logística.
No setor de hotelaria, por exemplo, a revolução tecnológica manifesta-se na automação do processo de check-in e check-out. Além de conferir uma experiência mais ágil e conveniente para os hóspedes, essa automação permite que a equipe foque em aspectos mais personalizados e essenciais para o atendimento ao cliente.
No âmbito dos restaurantes, a IA não se limita apenas a algoritmos complexos, mas também se torna uma ferramenta para aprimorar as relações com os clientes. Ao delegar responsabilidades, como reservas, a sistemas inteligentes, a equipe pode concentrar-se em criar experiências mais autênticas e personalizadas, fortalecendo os laços com sua clientela.
Ademais, não podemos ignorar os fatores externos que moldam esse cenário, como o aumento exponencial no poder de processamento e a capacidade aprimorada da OpenAI em lidar com grandes volumes de dados. Essas inovações representam oportunidades ímpares para as empresas integradoras, que, no entanto, enfrentam o desafio de canalizar esse potencial em soluções práticas e concretas para seus clientes.
Em 2024, será crucial entender que as tendências serão o reflexo prático das inovações dos anos que se antecederam. Tecnologias que surgiram há uma década, como a computação em nuvem, estão, agora, prontas para serem integradas na rotina empresarial. Mais do que a mera adoção de tecnologias de ponta, a ênfase está na capacidade das empresas e dos líderes de TI de traduzir essas ferramentas para a realidade operacional. Em última análise, a tecnologia só se torna valiosa quando se torna parte integrante do cotidiano, e o desafio é encontrar o equilíbrio entre o potencial revolucionário da IA e sua implementação eficiente na prática empresarial.
Rennan Sanchez, CTO na Skyone
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