Da perspectiva das políticas públicas de incentivo, a prefeitura de Florianópolis contribui criando um conselho de inovação, composto por várias entidades do setor e também com várias ações e legislação para incentivar a competitividade das empresas. Nessa linha, neste último mês, o Governo do Estado criou o “Pacto pela Inovação” para integrar a academia, governos, empresas e a sociedade civil.
O programa Geração Tec, uma iniciativa também do governo estadual, foi criado para o desenvolvimento de jovens talentos, bem como o Sinapse da Inovação, ação da Fapesc e Fundação Certi, para fomentar o empreendedorismo. Além disso, o governo apoia o Parque Tecnológico Sapiens, resultado de um trabalho em parceria com a Fundação Certi.
Entre outras iniciativas, a cidade também possui condomínios empresarias com o foco no setor tecnológico – como o Corporate Park, localizado na SC 401, denominada como a rota da inovação.
Em um passado recente, Florianópolis dependia de cargos públicos, comércio e turismo. Hoje, a cidade, além de reter os seus jovens, consegue atrair mentes brilhantes para o desenvolvimento baseado no conhecimento, que se tornou um ativo para a cidade. Este processo ficará ainda melhor quando o governo começar a proporcionar dados abertos, pois, com isto, o empreendedorismo será ainda maior e o ecossistema de inovação poderá ser fomentado de forma natural e orgânica.
Para 2018, a expectativa é que os investimentos em inovação aumentem bastante, uma vez que tem sido perceptivo o aumento dos espaços de coworking, de profissionais capacitados e do volume de oportunidades de emprego no setor. Além disso, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Finep e o BNDES têm incrementado suas iniciativas de financiamento para inovação.
Por outro lado, ainda que Florianópolis seja um exemplo de inovação, como um living lab, há espaço para melhorar e tornar suas empresas ainda mais competitivas. Com a evolução do mercado, na era do conhecimento, este deve passar a ser um grande ativo das empresas, cujo valor deve ser percebido pelos agentes de fomento e pela sociedade. Por isso, é muito importante construir um ecossistema de inovação que atenda a esses novos modelos de negócios, baseados no conhecimento.
Historicamente, muitas foram as iniciativas modelo da cidade – desde a criação da Universidade Federal de Santa de Catarina, focada na engenharia, até a implementação de políticas de incentivo da prefeitura e do governo do Estado.
No entanto, as maiores lições que podemos aproveitar desse case de sucesso é a importância da integração entre os atores e a organização da classe empresarial buscando o bem comum.
Florianópolis se desenvolveu com empresas que nasceram e se fortaleceram na região, dando um grande destaque aos processos de incubação e do fomento às companhias nascentes. Nesse contexto, a exemplo da cidade, um dos esforços da ABES têm sido criar canais de diálogo entre os diferentes atores do mercado em esfera nacional (governo, educação, empresas) para desenvolver uma agenda coletiva, com o objetivo de aprimorar a competitividade global do Brasil.
A capital catarinense é um exemplo importante, uma cidade que pode ser considerada um parque tecnológico urbano a céu aberto e hoje possui um dos melhores IDHs do Brasil – resultado de muito trabalho conjunto, por mérito de diferentes atores que se doam para formar um ecossistema de inovação.
A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software.