O comportamento que os brasileiros têm diante das telas dos seus smartphones revela muito sobre seus hábitos de consumo, suas preferências e comportamento. É por isso que o Opinion Box (www.opinionbox.com), empresa que oferece soluções digitais inovadoras para pesquisas de mercado, e o portal Mobile Time (www.mobiletime.com.br) firmaram uma parceria e, a cada seis meses, tornam públicos os resultados do “Panorama Mobile Time/Opinion Box – Uso de apps no Brasil”.
Para a nova edição da pesquisa, foram entrevistados, ao longo do mês de novembro de 2016, 1.963 brasileiros que acessam a Internet e que possuem smartphone, respeitando as proporções de gênero, faixa etária, renda familiar mensal e distribuição geográfica desse grupo. A pesquisa tem validade estatística, com grau de confiança de 95% e margem de erro de 2,2 pontos percentuais.
Entretenimento
De acordo com o novo levantamento feito pelo Opinion Box, a proporção de internautas brasileiros com smartphone que declaram assinar algum serviço de entretenimento com pagamento de mensalidade e cuja utilização acontece principalmente em app no celular mais que dobrou entre abril e novembro deste ano, passando de 18,8% para 40,1%. Segundo a pesquisa, o hábito é mais comum entre usuários de iPhone (54%) do que entre aqueles com aparelhos Android (39%).
Para Fernando Paiva, que coordenou a pesquisa junto ao Opinion Box, a explicação para o crescimento do entretenimento móvel pode estar na crise econômica. “O serviço líder absoluto entre os citados por esse grupo é o Netflix, assinado por 58,9% dos internautas brasileiros com smartphone que pagam por um serviço de entretenimento móvel. Como o Netflix tem um preço muito mais baixo que os serviços tradicionais de TV por assinatura, é possível que esteja roubando share deles nestes tempos de recessão”, avalia.
Corridas
Outro item identificado na pesquisa foi o aparecimento do Uber, pela primeira vez, no ranking dos 20 apps mais encontrados na primeira tela do smartphone dos internautas brasileiros. O aplicativo de chamada de corridas de automóveis entrou no ranking ocupando o sétimo lugar: seu ícone está na tela principal de 9,3% dos smartphones de internautas brasileiros.
Felipe Schepers, COO do Opinion Box, atribui o sucesso do Uber nos últimos sete meses no Brasil à crise econômica vivida no País. “O serviço de corrida em automóveis particulares Uber X oferece preços mais baixos que o táxi regular, atraindo consumidores brasileiros de todas as classes sociais que desejem economizar. Ao mesmo tempo, a crise levou muitas pessoas a experimentarem o trabalho como motoristas do Uber, seja em “bicos” em seus momentos de folga ou como atuação principal, no caso daqueles que estão desempregados. O aumento da frota melhorou a eficiência do serviço, além de reduzir a tarifa, já que o Uber calcula o preço de acordo com a proporção entre oferta e demanda, a chamada “tarifa dinâmica”. A disputa com os taxistas e as polêmicas em torno da sua regulamentação com diversas prefeituras garantiram muita cobertura jornalística para o app, o que também contribuiu para a sua popularidade”, analisa o executivo.
Fazendo um recorte por faixa etária e por classe social, percebe-se que o Uber é comumente encontrado na primeira tela dos smartphones de pessoas mais velhas e das classes A e B. Ele aparece na home screen de 16% dos smartphones de pessoas com mais de 50 anos – e em 8% dos aparelhos de pessoas entre 16 e 29 anos. Nas classes A e B, o Uber está presente na primeira tela de 11% dos aparelhos, enquanto nas classes D e E, em apenas 5%.
Aquisição de apps
O desaquecimento das lojas de aplicativos, fenômeno que preocupa desenvolvedores em mercados como o norte-americano e o europeu, ainda não chegou ao Brasil. Por aqui, 80,7% dos internautas brasileiros com smartphone declaram ter baixado pelo menos um app novo nos últimos 30 dias, sendo que 32% o fizeram nas últimas 24 horas. Apenas 16,7% baixaram pela última vez entre um e seis meses atrás. E 2,6%, há mais de seis meses de acordo com o levantamento do Opinion Box.
“O problema no Brasil é outro: os celulares de gama baixa têm pouca memória, o que obriga os consumidores a ficar somente com os apps que realmente mais utilizam, o que gera uma retenção baixa dos aplicativos instalados”, analisa Fernando Paiva.
Continua baixa a proporção de brasileiros que já pagaram pelo download de um app: apenas 15%. Por outro lado, quase a metade (47,8%) já fez compras de bens virtuais dentro de apps. Esse percentual vem crescendo gradativamente. Na primeira edição da pesquisa, realizada em abril de 2015, eram 39,5%.
Metodologia
Há várias formas de medir a popularidade de um app. Na pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box foi feita a opção por solicitar aos entrevistados que nomeassem livremente até 20 aplicativos baixados e que se encontram na sua home screen. Trata-se de uma maneira objetiva de medir a popularidade de um app, partindo do pressuposto que as pessoas mantêm na primeira tela aqueles títulos que usam com mais frequência. Os entrevistados precisam escrever os nomes dos apps. A partir das respostas é elaborado o ranking com os 20 apps mais comuns na home screen dos brasileiros. Na construção da lista é tomado o cuidado de verificar respostas com variações de grafia de apps populares, mesmo quando equivocadas.
WhatsApp, Facebook e Instagram ocupam as três primeiras posições do ranking. Merece destaque a presença do Banco do Brasil como o app nacional melhor colocado, na quinta posição.