O monitoramento inteligente da cadeia de suprimentos e do comportamento dos consumidores é a chave para gerar mais valor para os negócios e aumentar a eficácia
*Por Waldir Bertolino
O movimento de inovação 4.0 não ficou restrito somente ao setor industrial, outras áreas também utilizam essas tecnologias para acelerar seus processos. O conceito de Varejo 4.0 combina a automação com os conhecimentos de mercado já existentes para prever tendências e melhorar a experiência dos clientes.
O varejo brasileiro está em constante crescimento desde 2022, principalmente graças à utilização das tecnologias e do e-commerce, que, de acordo com a pesquisa realizada pela Ebit/Nielsen, representa 14% do total de vendas. Outro dado, o Índice Antecedente de Vendas do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IAV-IDV) projeta um crescimento de 6,4% para o setor em fevereiro de 2023, e os números continuam otimistas.
Essa nova fase do varejo busca colocar o cliente como ponto focal das atividades, entregando rapidez, inovação e identificação com a marca. Algumas tecnologias protagonistas dessa revolução 4.0, o Machine Learning e a Inteligência Artificial (IA), podem ser utilizadas para automatizar ações frequentes e semelhantes, como a busca por tendências, a gestão de armazéns e a comunicação com os públicos, fazendo com que os colaboradores e gestores evitem realizar tarefas repetitivas e direcionem sua energia para outras atividades. Essas ferramentas vêm ganhando cada vez mais espaço no setor, e segundo o Gartner, 80% dos atendimentos ao cliente serão gerenciados por Chatbots até 2025.
O Machine Learning e a IA também podem ser implementadas em outros pontos da empresa para aumentar a eficiência, ajudar na fidelização dos consumidores e gerar mais lucro. Dito isso, vamos entender melhor sobre a implementação da Inteligência Artificial no setor do varejo e como a tecnologia pode trazer ganhos efetivos para as empresas.
Big Data e IA no e-commerce
Atualmente, todas as interações e pesquisas realizadas na internet geram dados e deixam um “rastro digital”. A partir disso, as marcas podem implementar uma ferramenta de Big Data, combinada com a inteligência artificial, para analisar essas informações e ter insights sobre os interesses dos clientes, por exemplo. Conhecer os usuários que frequentam seu e-commerce é de extrema importância na hora de sugerir os produtos na plataforma. Se o item vai de encontro com os interesses da pessoa, a chance da compra dele ser concluída é maior.
Tecnologias 4.0 e agenda ESG
Os consumidores deixaram de ser uma massa influenciável e se tornaram compradores inteligentes, que avaliam o posicionamento da marca, sua responsabilidade social e sua pegada ecológica antes de realizarem uma compra. A reputação da empresa se tornou tão importante quanto a qualidade do produto. Para ajudar a prever as tendências sustentáveis e se manterem na linha, as organizações podem contar com as tecnologias 4.0, que monitoram o mercado e fornecem informações transparentes tanto para os gestores quanto para os públicos de interesse.
O ESG se tornou uma espécie de régua que auxilia as organizações a enxergarem seus pontos fortes e suas vulnerabilidades. Basear o planejamento das ações neste tripé garante não só uma melhora social e ecológica nos negócios, mas também uma rentabilidade a longo prazo.
Gestão automatizada dos armazéns
Nos grandes varejistas, os processos logísticos são realizados em maior escala para suprir as demandas. Com a IA, Machine Learning e IoT, todo o andamento da cadeia de suprimentos é automatizado e monitorado em tempo real, evitando pequenos erros e demoras para localizar os produtos. A automação da cadeia também permite que os pequenos incidentes sejam solucionados de forma mais rápida e automática, além de possibilitar uma tomada de decisões estratégicas mais assertivas graças à visão 360° que a gestão tem sobre a cadeia.
A agilidade que a tecnologia trouxe para os varejistas, junto com o maior conhecimento dos clientes, permitiu que o setor entrasse numa onda de expansão que persiste até hoje. Essas vantagens se tornaram um diferencial no mercado, abrindo espaço para que empresas inovadoras se destaquem por sua qualidade no atendimento e na melhora significativa da experiência dos seus clientes.
*Waldir Bertolino, Country Manager da Infor no Brasil
Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software