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Por Vivaldo Breternitz, especialista em Sistema da Informação e professor da Universidade Mackenzie
 
Alguns hospitais brasileiros já dispõem de salas híbridas; nelas, exames sofisticados de imagem são realizados em tempo real durante as cirurgias. Conceito recente na área médico-hospitalar, as salas híbridas consistem na união entre centro cirúrgico e sala para procedimentos de intervenção não cirúrgica associada a equipamentos de imagem de alta definição. O espaço é projetado para que os exames sejam usados antes, durante e depois das intervenções, proporcionando mais segurança e precisão em procedimentos complexos.

Usualmente associadas a essas salas estão as estações de trabalho all-in-one. Com funcionalidades touchscreen, como as dos smartphones, elas permitem que os médicos acessem e registrem informações sobre agendamentos cirúrgicos, resultados laboratoriais, laudos e imagens de exames de diagnóstico. Os dados clínicos também podem ser conferidos durante cirurgias, por meio de telões dispostos em torno do campo cirúrgico.

A técnica de impressão 3D, que vem se popularizando rapidamente, permite uma personalização sem precedentes na história da medicina e da odontologia. Utilizando materiais diversos, as impressoras 3D criam próteses, réplicas de partes do corpo e implantes sob medida – espera-se que em não muito tempo possa-se “imprimir” órgãos e tecidos humanos, que substituiriam os originais quando necessário.

Ainda um tanto distante da realidade brasileira está em andamento o “Human Brain Project” (HBP), que vem sendo desenvolvido no âmbito da União Europeia e tem como objetivo central entender como o cérebro humano funciona, de forma a desenvolver soluções na área de saúde e ferramentas tecnológicas que possam auxiliar nessa área.

Um dos produtos do projeto é a Neuromorphic Computing Platform (NCP), que pode ser apresentada de forma simplista, como um supercomputador que imita as sinapses do sistema nervoso central dos seres humanos, podendo, dessa forma, "pensar", tomar decisões e corrigir seus próprios erros. 

Esse computador é totalmente diferente das máquinas convencionais, que são programadas para executar tarefas específicas, utilizando lógica rígida. O NCP, ao operar como um cérebro humano pode ir mudando o curso de suas ações de acordo com mudanças no ambiente externo e mesmo “corrigir” eventuais erros que tenha cometido.
O que se espera é que nosso combalido sistema público de saúde possa incorporar essas inovações de forma a beneficiar toda a população.

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