*Por Jose Larrucea
O uso de APIs e SDKs tem história e para quem trabalha com tecnologia são palavras conhecidas e usadas normalmente. Em paralelo, a tecnologia de redes de Telecom 5G e a Inteligência Artificial (AI para os amigos) são mais recentes e talvez, no contexto atual, estejam sendo usadas com maior frequência.
Como todos temos visto, 2020 foi um ano em que a tecnologia teve um papel protagonista no auxílio ao controle da pandemia e na diminuição dos riscos de contaminação, por meio do desenvolvimento de aplicações e processos que eliminaram a necessidade de toque, analíticos de vídeo detectando aproximação e aglomeração de pessoas, gerando alarmes quando os indivíduos não portavam máscaras, mantendo assim, ambientes públicos e privados funcionando dentro dos padrões exigidos pela OMS.
Mostrou também que é necessário mais do que nunca desenvolver softwares e sistemas vivos, ágeis e abertos para que possam entregar excelência, inclusive com infraestrutura reduzida. Por isso, em vários lugares do mundo, a corrida para adaptar os sistemas, acrescentando funcionalidades capazes de gerir os protocolos para o funcionamento de serviços essenciais só foi possível, além de esforço coletivo de pessoas e processos, graças à existência das APIs e SDKs.
Diariamente são desenvolvidos trilhões de gigabytes de dados que precisam ser compatíveis com diferentes tecnologias, servidores, dispositivos, e que sejam capazes de serem compartilhados, com segurança e agilidade, entre si. Tecnologias flexíveis que permitam desbloquear uma ampla variedade de recursos e que adicionam inteligência à sistemas já existentes.
Em 2020 as APIs e os SDKs foram protagonistas nos bastidores do mundo da tecnologia: diminuíram o tempo de lançamento de funcionalidades essenciais e transformaram dados em ações capazes de aumentar a segurança e amenizar a propagação do Covid-19.
As APIs e os SDKs, com a ajuda da inteligência artificial, possibilitaram a rápida adaptação e o desenvolvimento de sistemas e soluções nada modestos. Foi possível adicionar funcionalidades a outros softwares adaptando-os da forma mais conveniente a seus usuários. Alguns setores, por exemplo, conseguiram fazer a gestão de pessoas evitando aglomerações, além de desburocratizar operações, fazendo-as funcionar com mais rapidez e sem filas. Outros conseguiram manter funcionários trabalhando em fábricas e escritórios com entrada e saída sem o uso das mãos e completamente touchless. Houve também aqueles que conseguiram ter maior consciência situacional do público que utilizava espaços comuns, detectando quem usava ou não máscaras e identificando a porcentagem de pessoas que faziam parte da faixa etária correspondente aos grupos de risco.
O cenário complexo, adverso e inédito da pandemia, forçosamente, nos deixou um rico legado de aprendizados. Precisamos ser ágeis e flexíveis tanto no mundo físico quanto no digital. Estes dois mundos inclusive devem trabalhar no uníssono criando esse entorno phygital. Trazer a experiência do ecossistema digital para o físico é totalmente possível, afinal a tecnologia está aí à serviço do bem estar social, do desenvolvimento da economia e da geração de impactos positivos na sociedade. E a corrida não para nunca. Todas essas funcionalidades, rapidamente lançadas, saíram do mundo dos códigos e programações graças às integrações de sistemas e comandos compilados no que hoje se resume nos simples acrônimos: APIs e SDKs.
O que se ganha com a utilização de APIs, SDKs e o 5G
No Japão, onde o 5G já é uma realidade, a principal empresa de telefonia celular do país deu um belo exemplo de como acrescentar mais um ingrediente a essa conversa: criou uma solução de autenticação de funcionários que permite o controle de acesso usando um smartphone.
A tecnologia utiliza o 5G e o SDK de um sistema de reconhecimento facial, sem contato, compatível com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para prevenção e controle da pandemia Covid-19. Possui autenticação de alta precisão, possibilitando processamento de dados de alta resolução e velocidade, trazendo excelência no reconhecimento de funcionários com máscara, com elevados níveis de precisão e comunicação de baixa latência.
Ou seja, assim como no Japão, quando o 5G chegar ao Brasil, vai nos permitir levar a visão computacional para níveis nunca explorados. Com o uso das APIs e SDKs as possibilidades são infinitas, desde a criação de pontos digitais altamente eficientes para serviços de KYC (Know Your Customer) até a orientação de múltiplos fluxos como entradas em hospitais, escolas, transportes; pagamentos em varejo e a utilização em diversos IoTs e wearables.
De fato, o 5G vai abrir portas para aproximar nossa realidade de aplicações cada vez mais rápidas. Adicionalmente com o uso das APIs, SDKs e a IA teremos aplicações convenientes, muito mais rápidas e muito mais inteligentes.
*Jose Larrucea é SVP Internacional de Vendas da RealNetworks para Latam e EMEA
Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software