*Por Marco Zanini
Prevenir é melhor do que remediar. Já ouviram essa expressão alguma vez? A afirmação é verdadeira. Prova disso é o estudo da IBM de segurança digital. Em 2020, apenas no setor de tecnologia, foi registrado um prejuízo médio de US$ 5,04 milhões, devido a vazamento de dados. No Brasil os segmentos mais afetados são os de Saúde, Energia e Financeiro, somando mais de US$17 milhões de prejuízo. Na maioria das vezes, essas perdas vão muito além das questões financeiras, estendendo para danos de imagens e necessidades de reestruturação internas de profissionais e ferramentas de segurança.
À medida que cresce o número de pessoas com acesso à tecnologia, aumentam consideravelmente as fraudes e riscos de danos envolvendo o vazamento de dados. E, o que temos visto é que geralmente o roubo digital, a clonagem de informações e os ataques de hackers acontecem devido ao usuário (empresa e ou pessoa física) não se atentar à existência desses riscos.
O recente estudo global do Ponemon Institute mostra que 54% das empresas consideram que a principal ameaça sobre a confidencialidade dos dados está falha de processos e pessoas. Enquanto que 23% têm preocupação com a ação de colaboradores temporários. Outro dado, do estudo da IBM, aponta uma média global de que, no ano passado, somente 59% das organizações globais possuíam automação de segurança implementada. No Brasil a média é de 48%. O que significa dizer que na média mundial 31% dessas empresas possuem falhas não monitoradas por uma equipe profissional de segurança, tornando-se vulneráveis a possíveis alvos de vazamentos.
Uma solução bastante indicada para a proteção de dados, sigilo e aderência as conformidades da legislação brasileira é a criptografia. Além de ser uma ferramenta de segurança adotada há milênios, pode ser utilizada nos dias de hoje para anonimozação de dados, assinaturas de transações, guarda de certificados digitais, autenticação forte de identidades digitais, entre várias outras funcionalidades. É sempre importante lembrar que a criptografia realizada em software tem suas limitações de segurança. A recomendada como mais segura é, sem dúvida, a criptografia em hardware, também disponível em soluções na nuvem.
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), em vigor desde setembro de 2020, irá garantir maior controle e segurança em relação à privacidade das pessoas nos meios digitais e a maior movimentação de transações online. Ela vem motivando as empresas a buscar soluções de proteção de informações. Afinal, tanto as empresas, como seus clientes estão cada vez mais expostos e não seguros.
Um relatório da consultoria Canalys aponta que em 2020 a área de segurança digital foi a que teve mais investimento do que outros segmentos da indústria de TI – um aumento de 10%, equivalente a US$ 53 bilhões (R$ 300 bilhões).
É necessário um trabalho constante e dedicado para que, pessoas e empresas possam ter acesso a soluções de proteção de dados e segurança de identidade digital. As empresas de segurança precisam avançar cada vez mais nesse objetivo, a fim de democratizar essas ferramentas e inibir o crime digital. Mas, a cada personagem desse cenário cabe a sua responsabilidade na luta contra o vazamento de dados e roubo de informações. Prevenir é melhor do que remediar.
* Marco Zanini engenheiro especialista em segurança de identidade digital e CEO da DINAMO Networks.
- A pesquisa foi feita para o Estudo Global de Tendências da Criptografia, realizada entre dezembro 2019 e janeiro de 2020, com 6.457 empresas de 17 países, entre eles o Brasil, e destacou a importância da utilização dessas tecnologias em prol da segurança digital.
- Canalys consultoria americana que analisa as tendências e cenários futuros da indústria de tecnologia.
Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software