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*Por Leo Monte e Thiago Saldanha

O papel moeda existe e resiste… Mas até quando? Analisando a evolução do mercado de meios de pagamento nos últimos anos, é possível perceber que o segmento vem passando por um processo de evolução acelerado — tendo a tecnologia como pilar intrínseco deste movimento. As inovações dos pagamentos são cada vez mais aceitas pelos consumidores, em parte pela praticidade que proporcionam, e também por uma própria mudança de mindset que os nativos digitais estão provocando na economia.

Só no Brasil, seis em cada dez consumidores das classes A, B e C utilizam meios digitais de pagamentos, como aplicativos próprios — PayPal, PagSeguro e Google Pay –, canais de pagamento de contas, compras e transações pela Internet. Além disso, 61% das pessoas recorrem a meios digitais e/ou carteiras digitais para realizar pagamentos e 56% fazem uso de algum tipo de serviço fornecido por fintechs. Esses dados são de um estudo realizado pela empresa IDC, sobre mudanças nos hábitos de consumo de serviços financeiros diante das novas tecnologias, que analisou exclusivamente países latinos.

Bancos digitais, pagamento pelo celular, wallets… Estas são só a ponta do iceberg da inovação. Outros meios de pagamento estão surgindo e muitos deles, inclusive, já estão se consolidando em outras partes do mundo. É de extrema importância que as instituições bancárias comecem a se atualizar e que fiquem de olhos abertos às tendências abaixo:

Reconhecimento facial
Uma das principais apostas para os próximos anos, o reconhecimento facial já é usado em muitos smartphones como requisito de desbloqueio ou liberação de alguma funcionalidade. Mas o gigante chinês Alibaba foi mais além e desenvolveu o “Smile to Pay” (sorria para pagar), em que o pagamento da compra é realizado em lojas físicas, na China, e acontece exatamente como o próprio nome já diz. Houve um incentivo bastante forte do governo do país para a propagação da solução, além do uso do QR Code, que também é febre no local.

Já no Brasil, existem propostas de sistemas de pagamento mobile que reconhecem o rosto do usuário. O Sem Parar, por exemplo, já está testando em São Paulo, nos estacionamentos dos shoppings Iguatemi e Morumbi, uma solução de reconhecimento facial para identificação em deslocamento e pagamentos. Mas a moda deve demorar a pegar aqui, uma vez que não há incentivo fiscal e é preciso ocorrer uma mudança na cultura da população, que ainda prefere usufruir do dinheiro físico.

Pagamentos invisíveis
Os pagamentos "não perceptíveis" já fazem parte do nosso dia a dia, em aplicativos como Uber, iFood, ou mesmo em lojas virtuais, em que os consumidores deixam seus cartões de crédito previamente cadastrados e só precisam autorizar o débito quando realizam a compra.

Em breve, será possível fazer o mesmo em lojas físicas, sem a necessidade de interação humana, para a alegria dos mais tímidos. A Amazon, por exemplo, possui redes de supermercados físicos nos Estados Unidos, e neles já é possível realizar compras sem passar pelo caixa — tudo é cobrado diretamente da conta Amazon, para quem é usuário da plataforma.

Criptomoedas e Blockchain
As criptomoedas são moedas digitais com grande ascensão no mercado. Elas possuem códigos que podem ser convertidos em valor real e sua tecnologia é baseada em criptografia, para que a informação seja decodificada apenas por seu usuário. Para garantir a segurança desse sistema foi desenvolvido o Blockchain, tecnologia que cria uma rede de transações, a fim de registrá-las e protegê-las contra fraudes.

O Blockchain é considerado por muitos especialistas com potencial maior do que os próprios Bitcoins para os meios de pagamento, pois acreditam que o futuro do mercado não está em criar novas moedas, mas sim digitalizar as que já existem. Isso abre caminho para o surgimento de modelos inéditos de negócio.

P2P
O peer-to-peer, ou P2P, possibilita a transferência de valores de um usuário para outro sem a necessidade de intermediação de uma instituição bancária. Em vez de terem estruturas enormes e caras, as empresas de P2P são enxutas e ágeis. A grande vantagem é que todo o processo é feito 100% online.

NFC (Contactless)
Near Field Communication ou Contactless é uma nova tecnologia que pode ser usada em pagamentos, apenas por meio da aproximação dos celulares às máquinas de cartão. A conexão e transmissão acontece via rádio frequência. Cada vez mais aparelhos já estão preparados para essa tecnologia, com sistemas iOS ou Android.

Machine Learning
Com Inteligência Artificial, o mercado cria formas de realizar tarefas, que antes só seriam possíveis com o apoio do raciocínio humano. Machine Learning é um campo de estudo que pertence a IA e por meio dele é possível criar sistemas capazes de aprender sozinhos.

Inteligência artificial e aprendizado de máquinas possibilitam a captura de um grande volume de dados, além de processá-los, compreendê-los e armazená-los com eficiência. Sua utilização vem se tornando indispensável, principalmente para o monitoramento e autorizações de transações como as de cartão de crédito, por exemplo.

Existem muitas oportunidades neste campo, como: previsão de inadimplência em compras a prazo, rastreamento de comportamento de consumidores, uso de assistentes virtuais para o atendimento aos clientes de forma segmentada e personalizada.

Internet das Coisas
A Internet das Coisas conecta diversos aparelhos a um sistema central. No setor de meios de pagamento, ela possibilita o desenvolvimento de dispositivos exclusivos, como pulseiras, para os usuários realizarem transações diretas em máquinas de cobranças, sem a necessidade de dinheiro ou cartões.

O potencial dessa tecnologia é muito alto. Imagine se sua geladeira pudesse estar conectada ao seu mercado favorito e solicitar a compra de produtos em falta, debitando automaticamente do seu cartão? Ou se seu carro pagasse o combustível de maneira automática?

*Leo Monte, CMO de Marketing e Inovação da Sinqia.

*Thiago Saldanha, líder do desenvolvimento das plataformas de software da Sinqia,

Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software

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