*Por Ruben Delgado
O novo ano chegou trazendo um cenário construído ao longo de quase 24 meses de uma pandemia que alterou profundamente as relações sociais e econômicas, desafiando nossa capacidade de adaptação.
A tecnologia, que já vinha moldando a evolução da nossa sociedade, ganhou um papel ainda mais ativo, com a migração em massa da força de trabalho para o home office em todo o mundo. As chamadas de vídeo substituindo as reuniões presenciais são apenas uma das pontas visíveis de um iceberg de transformações radicais que estão a caminho.
Para 2022, é possível identificar algumas tendências que guiarão o setor de TI e, uma delas, é uma demanda ainda maior por soluções em cloud computing, que reúne o melhor de dois mundos ao reduzir significativamente os custos relativos à infraestrutura de TI e entregar uma escalabilidade capaz de acompanhar ciclos de expansão e retração cada vez mais frequentes.
Outra tendência que deve experimentar significativa expansão no novo ano é o emprego da Inteligência Artificial, cada vez mais presente em nosso dia a dia. Um bom exemplo neste sentido é o IA2 MCTI, programa de aceleração tecnológica em Inteligência Artificial, iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações com execução da Softex. Ele despertou o interesse de mais de 700 propostas de inscrições de startups, com foco de atuação em quatro áreas prioritárias: indústria, saúde, agro e cidades inteligentes.
A Internet das coisas (IoT) é outra área que certamente será marcada por uma forte expansão, indo muito além das conveniências de uma casa inteligente onde uma luz pode ser apagada ou ligada a partir de um simples comando de voz. O seu emprego empresarial estará presente de uma forma cada vez mais intensa nas mais diversas áreas, revolucionando modelos tradicionais como o do agronegócio, sendo que a chegada do 5G adicionará ainda mais combustível a este movimento.
A cibersegurança também terá significativa expansão em 2022. Com cada vez mais dados sensíveis sendo armazenados, é ainda maior o interesse de agentes criminosos em sofisticar suas atividades em busca do lucro fácil. Em razão do crescente número de ataques bem-sucedidos a empresas dos mais diversos portes e ramos de atuação, até mesmo as seguradoras estão exigindo maiores garantias de seus clientes para a oferta de uma apólice de proteção.
O planejamento e a implantação de uma política robusta de segurança será uma prioridade para as corporações, que já se conscientizaram da magnitude dos devastadores prejuízos financeiros e de imagem que estas ações criminosas são capazes de gerar.
Outra consequência direta da contínua explosão de dados é a necessidade de gerenciamento desta enorme massa de informações buscando potencializar o seu emprego em um sem-número de atividades, como no auxílio à tomada de decisões. O tratamento correto deste universo de dados em crescente processo de expansão gera impactos significativos no processo de inovação das empresas, otimizando custos e agregando eficiência ao desempenho.
Não podemos nos esquecer do metaverso, espaço coletivo e compartilhado, resultante da soma de realidade virtual, realidade aumentada e internet, que vem para revolucionar a forma como nos relacionamos e fazemos negócios.
É importante que seja feita uma leitura atenta dos impactos de todas estas tendências na nossa sociedade. Cada uma delas moldará o futuro do mercado de trabalho, retirando pessoas de tarefas entediantes e pouco produtivas, passando a demandar por profissionais alinhados com necessidades de cenários dinâmicos até então inexistentes, gerando, inclusive, muitas novas oportunidades e carreiras.
*Ruben Delgado, presidente da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex)
Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software