*Por Cassio A. Spina
A inovação aberta ou open innovation (em inglês) é o caminho para que seja conduzidos projetos entre empresas, startups, pessoas e, até mesmo, órgãos públicos na criação de novos produtos e serviços. O professor Henry Chesbrough, de Berkeley, é considerado um dos primeiros a abordar a relevância da Inovação Aberta, em 2003, e a dizer que este modelo é a
antítese do modelo tradicional baseado no departamento interno de P&D. A inovação aberta é um novo paradigma para troca de conhecimento a fim de acelerar a inovação a partir da combinação de ideias internas e externas. P&D se torna um sistema aberto, pois se reconhece que o conhecimento, as tecnologias e os modelos que criam valor para o negócio estão presentes nos mais variados locais, especialmente nas startups. Entre as vantagens da inovação aberta estão a redução do tempo de desenvolvimento, redução de custos, promoção de networking, democratização do acesso ao conhecimento, entre outras.
O Corporate Venture é o conjunto de iniciativas de desenvolvimento de novos negócios por empresas já estabelecidas, sendo dividida em Corporate Venture Capital, em que a corporação faz investimentos minoritários em empresas inovadoras, conhecidas como “startups”, Corporate Venture Building, em que são criados novos negócios, algumas vezes frutos de spin-offs de produtos ou tecnologias desenvolvidos dentro da empresa.
Segundo relatório elaborado pela ACE Cortex (2022)[1] o Corporate Venture Capital (CVC) é uma ferramenta de Inovação Aberta que está à disposição das grandes empresas que precisam identificar novas soluções e atualizar seu
modelo de negócio ou os processos operacionais. O CVC é realizado com o apoio e envolvimento de outros agentes do ecossistema de inovação, como as startups e as aceleradoras. Importante observar que o CVC se diferencia dos
processos de investimentos e aquisições de negócios tradicionais, por ter foco em empresas inovadoras.
Um estudo da EY, Endeavor Brasil e Insper (2018) destaca que o CVC envolve a busca deliberada por novas ideias, conhecimentos e práticas além das fronteiras da empresa. Por um lado, as grandes companhias são beneficiadas
pelas parcerias, pois têm acesso às últimas tecnologias e novos modelos de negócios que não poderiam ser desenvolvidos internamente em tempo hábil. A equipe de P&D pode ser pequena ou estar com outras demandas de inovações de
curto prazo. É preciso arejar as ideias. Já os “empreendedores, por sua vez, adquirem acesso facilitado ao mercado e a recursos, além de oportunidades de vendas e de acesso à cadeia de valor da grande empresa. Se o engajamento
entre empreendedor e empresa for bem-sucedido, ambos reduzem suas vulnerabilidades e aumentam suas vantagens competitivas”[2].
Com a transformação digital em ritmo exponencial, as corporações precisam adotar novos métodos para inovar e a inovação aberta e Corporate Venture tem se fortalecido como estratégia, especialmente para as empresas que estão
abertas às mudanças e que reconhecem que precisam melhorar seu desempenho na área de inovação para se manterem rentáveis e competitivas.
O sucesso de iniciativas de inovação aberta e Corporate Venture depende de um conjunto de fatores que vão desde uma visão estratégica de inovação bem estruturada, até a preparação e capacitação dos colaboradores da companhia,
muitas vezes exigindo uma mudança de paradigmas culturais que permitam a aceitação de falhas durante o processo, associada ao aprendizado contínuo Recomendo fortemente a todas organizações que pretendam se envolverem nestas
atividades, que antes aprofundem seu entendimento sobre estes temas conhecendo a experiência de outras empresas, para tanto convido a participarem da ABES CONFERENCE 2022 em 19/09/2022, aonde terei o prazer de mediar o painel “Open Innovation e Corporate Venture” com a participação de líderes de inovação de referência no mercado compartilhando sua vivência.
*Cassio A. Spina, Líder do Comitês de Startups da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software, é formado em Engenharia Eletrônica pela Escola Politécnica da USP, atuando há mais de 10 anos como investidor-anjo e advisor/conselhereiro de empresas em Inovação, Corporate Venture, invesitmento e M&A. É o fundador da Anjos do
Brasil e Diretor Senior da ACE Cortex; autor dos livros “Investidor-Anjo – Guia Prático para Empreendedores e Investidores” e “Dicas e Segredos para Empreendedores”.
[1] ACE Cortex, Report sobre Corporate Venture Capital (CVC) Disponível em Link<https://urldefense.com/v3/__https://docsend.com/view/k3k7bckxs55a45t9__
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[2] EY, ENDEAVOR & INSPER. Corporate Venturing: Desafios e oportunidades no
Brasil (2018). Disponível em Link. Acesso em 06 de maio de 2022.
*Cassio A. Spina, líder do Comitê de Startups da ABES