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*Por Ricardo Recchi

Durante a pandemia do Coronavírus, a demanda dos negócios por aplicativos excedeu em muito o que podíamos desenvolver. Era necessário criar soluções com mais rapidez e que atendessem melhor às expectativas dos clientes naquele momento em que o tudo foi parar no ambiente digital. Desenvolver no modelo “tradicional” levaria um tempo ao qual as organizações estariam fadadas à perda de clientes, receita e posições no mercado, quando não à falência. É neste contexto que as empresas passaram a adotar com maior ênfase o low-code

A ideia por trás de uma ferramenta com pouco código é permitir que equipes técnicas, assim como profissionais de negócios, possam codificar aplicativos e os colocar no mercado de maneira mais ágil, uma vez que ela reúne componentes e modelos de programação que podem ser “reutilizados”. Em outras palavras, as plataformas low-code permitem que os usuários utilizem seu tempo ou habilidades de maneira mais inteligente, acelerando a entrega de produtos ao consumidor. Não é à toa que essa tecnologia vigorou como tendência por anos consecutivos e agora se consolida na agenda de negócios.

Segundo o Gartner, as plataformas low-code continuarão a ser o maior componente do mercado de tecnologia de desenvolvimento até 2022. Para este ano, a previsão é que o mercado mundial do setor movimente US$ 13,8 bilhões, um aumento de 22,6% em comparação a 2020, quando a receita somou US$ 11,2 bilhões.

Tal cenário cimentou-se, principalmente, à medida que as ondas da pandemia aumentaram, vislumbrando mudanças permanentes na forma como o mundo funciona: as organizações agora não têm escolha a não ser configurar práticas, produtos e serviços pré-estabelecidos para o universo digital.

Por outro lado, a escassez de mão de obra em TI, somada à alta demanda de tempo e custo para a qualificação desses profissionais “tradicionais”, tem corroborado para a formação de uma legião de “desenvolvedores” low-code. Em média, 41% dos funcionários fora de TI personalizam ou criam soluções de dados ou tecnologia a partir das plataformas low-code, aponta o Gartner.

Frente a esse cenário, a previsão é que não só profissionais de negócios desenvolvam seus próprios aplicativos e fluxos de trabalho. É preciso que haja uma ampliação desta tecnologia em programas acadêmicos ou próprios por meio do incentivo de empresas detentoras de plataformas de baixo código, flexibilizando licenças e possibilitando treinamento com intermediação do processo de contratação ou estágio.

A pandemia validou a proposta de valor do low-code e o fez voar alto para suportar o desenvolvimento ágil, adaptando-se às necessidades vigentes de usuários e clientes de aplicativos. Atividades como a automatização, a integração e o desenvolvimento de experiências em canais digitais se tornaram mais descomplicadas e up to date à medida que mais empresas habilitaram recursos de low-code. No longo prazo, fomentar o desenvolvimento de profissionais nesta tecnologia deve movimentar ainda mais o mercado para suportar a inovação preconizada pela Transformação Digital, permeando a sobrevivência das empresas.

*Ricardo Recchi é country manager da Genexus Brasil, desenvolvedora global de produtos para software baseados em Inteligência Artificial.

Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software

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