*Por Guilherme Morais
O mundo mudou muito e o que parecia ser futuro acabou se tornando presente. Porém, ainda existem muitas empresas que tomam decisões com base em modelos que funcionavam no passado, mas que atualmente já estão desatualizados. É preciso ter em mente um cenário nunca antes experimentado pela humanidade, pautado no uso expressivo da tecnologia e interações físicas limitadas. Saber como performar bem em um panorama totalmente novo é o X dessa questão.
Muito do que é feito com a tecnologia precisa ser baseado no futuro, pois nunca o uso de recursos digitais foi tão intenso e diversificado. Desta forma, para se ter sucesso em estratégias tecnológicas é importante orientá-las em valores e princípios, considerando ainda um novo perfil profissional e com isso, conferindo aos times e colaboradores autonomia, liberdade, confiança e responsabilidade.
Os robôs vieram para auxiliar e ocupar tarefas repetitivas, voltadas à produção em massa e originadas no Fordismo de 1920. Por isso, os humanos devem desempenhar funções que exigem criatividade, reflexão sobre a ambiguidade humana e pensar sobre futuros não programáveis por uma máquina, que por sua vez pode gerar essas simulações de maneira precisa.
A convergência homem-máquina denota a quinta revolução industrial, que é o cenário no qual humanos trabalham em harmonia com as plataformas digitais. Nesse contexto, as empresas que tiverem a capacidade de trabalhar com um olhar no futuro podem antecipar tendências e manterem-se ativas em um mercado fluído, que está em constante transformação.
O profissional segue a mesma tendência. Além da busca constante pela qualificação, esse novo colaborador também precisa ser capaz de se antecipar, transitar por todas as ciências ao mesmo tempo, ter um olhar de conjuntura de como tudo se relaciona e pode ter conexão entre si, além de saber aplicar estratégias digitais. Nesse sentido, esse profissional deve ainda entender o seu propósito e diante das próprias competências traçar uma trajetória profissional em linha com o que faz de melhor, que costuma ser ainda ligado às paixões pessoais.
De volta às empresas, em uma jornada menos romântica, o processo é o mesmo. Da mesma forma, as relações com lucro e clientes também foram essencialmente modificadas. O famoso ROI, o retorno sobre o investimento, focado apenas no aspecto financeiro, deve ser repensado.
Por esse motivo, o ROI é uma visão ultrapassada que deve ser substituído pelo conceito de ROX, voltado ao retorno sobre a experiência do seu cliente, veiculada por meio de um produto ou serviço, com foco em conexão e alta capacidade de viralizar. A busca é pela disposição da entrega de soluções gerando clientes fiéis e apaixonados pela marca, motivados por uma ou muitas experiências excepcionais, focadas na individualidade e valorização da vida de maneira ampla.
A atual economia é orientada em dados e, por isso, é tão importante que as empresas acompanhem toda a jornada e deixem seus clientes fidelizados e felizes. Com essa análise é possível prever com assertividade um novo ciclo de comportamento, porque ao conhecer seu histórico, já se sabe como esse padrão se dará. O melhor serviço VIP de hoje em dia é saber de toda a jornada do seu cliente dentro da sua empresa, respeitando as regras de privacidade (LGPD).
De acordo com o Fórum Econômico Mundial (outubro de 2020), a pandemia nos deu a chance de entender que de fato, antes de tudo, devemos pensar no planeta e nas pessoas. Sem isso pode ser que nem exista se quer um mercado a trabalhar.
Com o coronavírus, as empresas puderam fazer o que não fizeram há dez anos, e nem fariam nos próximos dez, caso esse revés não tivesse criado um cenário digital e implacável sobre as organizações e toda a sociedade.
*Guilherme Morais, líder de marketing da TOPdesk
Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software