*Por Ary Silveira Bueno
Desde a edição da EC nº 42 de 2003, que instituiu o SPED – Sistema Público de Escrituração Digital, a contabilidade tem experimentado processos de grandes mudanças, iniciado pela NFE e pelos SPED – Contábil e Fiscal.
Passados 22 anos, continuamos com o caótico sistema tributário nacional, só que agora iniciando longo e urgente processo de transição, oriundo da Reforma Tributária.
Felizmente constatamos que há convergência e concomitância, entre o uso de tecnologias digitais e o planejamento e execução de ações para atender as demandas internas e externas impostas pela Reforma Tributária, impactando a relação com clientes e fornecedores, positiva e/ou negativamente, quanto a aumentos e/ou reduções dos custos fiscais.
Esta realidade descrita possibilita e requer uma nova cultura de gestão, transformando a relação entre empresas tomadoras de serviços de gestão e suas conexões, prestadoras desses serviços.
Para que isso se transforme em vantagem competitiva, com melhores realizações e resultados, é essencial que haja uma nova cultura de gestão e estratégica, que inclui a prática da coopetição.
Mudança de Relação Operacional para Conexão Estratégica
A nova relação entre empresas e seus prestadores de serviços de gestão, deve atender a referida nova realidade, que exige mudança de paradigma: é preciso que ambas atuem na construção de inteligência e novos modelos de negócios, indo além de conformidades legais: fiscal, contábil e trabalhista.
Em resumo, a relação deve atender: desempenho elevado e geração de valor, com efetiva entrega de gestão fiscal, contábil, financeira, econômica, entre outras. Portanto, indo além de somente aspectos técnicos.
Para tanto e em linha com este artigo, duas providências são emergenciais:
· Uso intensivo e inteligente de tecnologias digitais e gestão baseada em dados
A transformação digital oferece novo patamar para a relação entre a tomadora dos serviços de gestão e a provedora deles. Soluções como RPA, BI, OCR, APIs e IA aplicada à análise financeira, fiscal e contábil, entre outras, podem definir como os serviços de gestão são entregues e interpretados e aplicados pelo tomador dos serviços. Mudança cultural na “veia”!
· Sensibilização e disseminação de nova cultura de aprendizado, com evolução contínua
A reforma tributária, com os novos tributos IBS e CBS, o fim da cumulatividade e a sistemática de crédito financeiro, demanda imediata compreensão da nova realidade.
Assim sendo, a criação de ambientes colaborativos de capacitação e aprendizado mútuo é fundamental para que os times da contratante e da contratada se cooperem e estabeleçam seus diferenciais no mercado.
· Realizações e resultados desta nova cultura de gestão
A adoção de nova cultura não é apenas correção de rota operacional, mas reposicionamento estratégico com impactos profundos, executando gestão com real valor agregado.
Concluindo
Os recursos de tecnologias digitais e a demanda de planejamento imposta pela Reforma Tributária, juntas e simultaneamente, criam as condições ideais para que uma nova cultura de gestão estratégica seja uma real possibilidade a serviço das empresas, com foco em inteligência, dados e valor.
As empresas e prestadoras de serviços que melhor compreenderem esta realidade, atuando como cocriadoras de soluções, sairão na frente na transformação de seus modelos de gestão, gerando diferenciais competitivos que podem ser inigualáveis.
*Ary Silveira Bueno Fundador e Diretor da ASPR Vice-Presidente do Instituto Brasil Digital Presidente do Conselho do SiNEco – Sistema Nacional de Ecossistemas do Brasil Digital
Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software