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*Por Richard Carnelossi

Cisnes Negros (termo criado por Nassim Nicholas Taleb no livro “A lógica do Cisne Negro”) são os eventos que causam transformações cognitivas e inesperadas, sejam elas triviais ou gigantescas. Essas alterações geram um grande impacto global nas empresas e na humanidade, e como exemplos posso citar a destruição de um setor no mercado de ações, uma crise política, o que aconteceu em 11 de setembro nos Estados Unidos ou, para trazer à nossa realidade atual, o que estamos vivenciando: uma pandemia. O agravante neste contexto é que o ser humano e as empresas, por mais que se preparem, possuem uma dificuldade imensa em lidar com o aleatório e com eventos inesperados.

Exatamente por isso, a Covid-19 criou uma tensão forte e uma ruptura no modelo das empresas. Para ilustrar essa condição, basta voltarmos um pouco no tempo, para antes da pandemia, quando o grande buzzword era transformação digital e o foco das empresas estava na tecnologia como principal pilar, constituído também de colaboração entre os funcionários e produtividade. Naquela época, que agora parece tão distante, essa era a receita para o crescimento sustentável, mas muitas organizações achavam que teriam tempo para fazer a transição completa do analógico para o digital.

O fato é que, devido à pandemia, as empresas tiveram que se adaptar rapidamente à transformação digital, com a imposição de desenvolver o ‘pensar de maneira diferente’ para sobreviver à uma crise sanitária. Ou seja, quem acelerou o processo de transformação foi um vírus.

Esse é o ponto de inflexão que irá nortear as empresas após a pandemia. O Digital Workplace passará a ser de fundamental importância para garantir o acesso e a produtividade em qualquer lugar que o colaborador esteja, até que se tenha controle sobre o coronavírus. De qualquer forma, essa transição para o trabalho remoto parece um caminho sem volta, com ou sem pandemia.

Engana-se, porém, quem pensa que o trabalho remoto é simplesmente disponibilizar um notebook e o colaborador utilizar a internet de casa. O tema é muito mais complexo do que isso. E por quê?

Hoje, muitas empresas estão satisfeitas com a disponibilidade e a produtividade das suas equipes, mas não pararam para pensar nas respostas a perguntas fundamentais que envolvem o trabalho remoto. Posso citar algumas delas: O que está influenciando a produtividade? Como medir esta produtividade e garantir a segurança de informação, já que hoje as calls estão sendo, muitas vezes, escutada por todos em casa? Como está sendo para as equipes desenvolver o trabalho remotamente? Como garantir um fluxo de processos adequado?

É neste contexto que entra o Digital Workplace, com camadas de dispositivos, comunicação, cibersecurity, suporte, acessos, fluxos e colaboração. Muitos podem pensar que é um investimento alto para se fazer neste momento, marcado pela dificuldade financeira de muitas empresas. Mas, pode ter certeza, fará toda a diferença no pós-pandemia, que já começa a ser desenhado com anúncios de flexibilização da quarentena e a retomada das atividades em fases. Mais do que nunca, o Digital Workplace como serviço pode ser a tranquilidade necessária que as empresas procuram para a retomada de seus negócios.

Por outro lado, nada adianta trabalhar em cima de um conceito tão completo como o Digital Workplace se você não olhar para uma questão primordial: as pessoas que constroem a sua organização. Tanto as lideranças quanto os liderados precisam estar cientes de suas responsabilidades, características únicas para o trabalho e capacidade de decisão. Cabe à empresa dar todo o suporte para que as pessoas sejam profissionais cada vez mais completos no pós-coronavírus, até mesmo com a capacidade de gerenciar o desconhecido e conseguir encontrar oportunidades no improvável.

Quero dizer com isso que a transformação digital e o ‘novo normal’ impostos pela Covid-19 somente serão aproveitados da melhor maneira se as empresas souberem unir ferramentas como o Digital Workplace ao fator humano, que nunca foi tão importante para a continuidade dos negócios como é agora.

* Richard Carnelossi é diretor de Serviços da SONDA

Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software

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