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Tecnologia oferece agilidade e ações personalizadas para os planos, mas deve ser apenas complementar aos diálogos essenciais entre líderes e suas equipes

*Por Karina Couto

No cenário corporativo atual, marcado por rápidas transformações tecnológicas, a integração da Inteligência Artificial (IA) aos processos de desenvolvimento de carreira se tornou uma ferramenta estratégica para as empresas. No contexto do Plano de Desenvolvimento Individual (PDI), o uso da IA já começa a redefinir a forma como colaboradores são avaliados e como suas carreiras são planejadas, trazendo benefícios tanto para empresas quanto para os profissionais. Essa análise se baseia em dois grandes pilares: OKRs (Objectives and Key Results) e Fit Cultural.

Com base nos resultados dessa avaliação, líderes e colaboradores podem alinhar expectativas e desenhar PDIs personalizados, refletindo tanto as necessidades do indivíduo quanto às demandas do negócio. O uso da IA nesse processo traz um novo patamar de eficiência. A partir dos dados coletados, a tecnologia sugere ações e direções que fazem sentido para o cenário específico de cada colaborador, acelerando o processo e trazendo mais precisão.

Mas, embora a IA ofereça agilidade e eficiência, ela é complementar aos diálogos essenciais entre líderes e suas equipes. O PDI sugerido pela IA não substitui, de forma alguma, o papel do líder em orientar, alinhar expectativas, desafiar e guiar o colaborador para um crescimento contínuo. Da mesma forma, o colaborador continua sendo protagonista de sua carreira, responsável por entender seu momento, se desafiar e buscar evolução. A IA serve como uma ferramenta de apoio, otimizando o processo sem tirar a responsabilidade de ambos os lados.

Deste modo, é importante destacar que uma cultura de aprendizagem contínua é fundamental para manter a empresa competitiva em um ambiente de mudanças exponenciais. O conceito de “lifelong learning” (em tradução livre, ‘aprendizado ao longo da vida’) – que consiste em adaptar nossos comportamentos e conhecimentos para acompanhar as transformações do mercado –, está mais presente do que nunca. Não se trata mais de encarar o aprendizado como um projeto com começo, meio e fim, mas como um processo dinâmico, que acompanha as transformações do mercado e as inovações tecnológicas. A IA, ao sugerir novos caminhos de desenvolvimento, contribui para que esse aprendizado contínuo ocorra de forma mais estruturada e personalizada.

Para que isso aconteça de maneira eficaz, é essencial que a cultura de aprendizagem dentro da organização esteja conectada à estratégia do negócio. Cada colaborador deve olhar para sua carreira de forma proativa, enquanto as áreas de Recursos Humanos (RH), de Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO) e a Universidade Corporativa (UC) desempenham um papel vital de oferecer recursos que façam sentido no desenvolvimento humano e organizacional. Mais do que nunca, é necessário que nos mantenhamos atualizados e sincronizados, conectando as soluções educacionais com as oportunidades de carreira e o crescimento da empresa de maneira contínua.

Quando o assunto é aprendizado, eu me coloco como uma eterna aprendiz. Acredito que todos temos a capacidade de potencializar o que já fazemos bem, mas também é essencial reconhecer que sempre existem oportunidades de aprender e reaprender. Para isso, é preciso coragem, disposição e disciplina para estar sempre aberto ao novo. Cada pequeno passo nessa jornada de aprendizado nos impulsiona para conquistas ainda maiores, tanto no âmbito pessoal quanto profissional, transformando desafios em caminhos para evolução e crescimento.

Ao abraçarmos a IA aos processos de desenvolvimento de carreira, as empresas não estão apenas aprimorando suas práticas de gestão, mas também reforçando uma cultura organizacional voltada para o aprendizado e a evolução constante. A transformação tecnológica, quando bem aplicada, é um poderoso motor para o desenvolvimento dos colaboradores e da organização.

*Karina Couto, Gerente de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Omie

Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software
 

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