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Por Nuno Simões

O Brasil continua a surpreender o mundo com o crescimento de nosso mercado de tecnologia. Depois de alçar ao Top 3 do mercado global de PCs em 2012, o país também transformou-se no 7º maior mercado de software do planeta, deixando para trás gigantes como a China. Estima-se que em 2015 o Brasil abrigará mais de 500 mil desenvolvedores, o que transformará o país na sexta maior comunidade de software do mundo.
 
Apesar das boas estimativas para o crescimento do setor, há de se considerar outros fatores que podem afetar positivamente as empresas nacionais que atuam no desenvolvimento de software. Por exemplo, o fato de que o Brasil ainda exporta muito pouco, centrando seus esforços mais no mercado interno. De acordo com a ABES, dos US$ 24,9 bilhões movimentados pela indústria de softwares e serviços no país, apenas US$ 2,24 bilhões, ou menos de 10%, vem de exportações. Há ainda um enorme filão inexplorado pela nossa indústria no mercado internacional, e bastante espaço para crescer.
 
Mas as oportunidades não param por aí: a explosão de novos dispositivos computacionais e a chegada de novas tecnologias, como por exemplo, interfaces que obedecem a gestos e voz, abrem novas frentes para as empresas brasileiras. Por serem mudanças relativamente novas na dinâmica do mercado, as empresas nacionais encontram nesses segmentos um terreno mais aprazível para novas companhias, embora não falte competição.
 
Parte importante dessa experiência estará no domínio das novas interfaces – depois da popularização das telas sensíveis ao toque, a indústria se prepara para o próximo passo – o reconhecimento de gestos, vozes e expressões faciais. Os desenvolvedores mais antenados com o futuro já começam a se familiarizar com a nova tecnologia, que não tardará a cair no gosto popular, para saírem na frente quando dispositivos com tais capacidades chegarem ao mercado, já no ano que vem.
 
Quando se fala do mercado de softwares para mobilidade, vê-se uma miríade de empresas de pequeno porte competindo de igual para igual em enormes plataformas de distribuição. As barreiras para a entrada são pequenas, e alcançar o mercado internacional é relativamente simples, mas sua aplicação estará competindo com centenas, senão milhares, de outras aplicações que possuem mesma finalidade do seu produto. Aqui, mais importante do que nunca é inovar e entregar experiências inéditas, conquistando o consumidor.
 
O mercado corporativo também apresenta boas oportunidades – serviços baseados em nuvem e Big Data estão em alta, e há muito espaço para aplicações especializadas que entreguem soluções de baixo custo para o mercado empresarial. Mas em todas as novas frentes abertas para os desenvolvedores de software, a inovação será essencial. É com ela que o Brasil continuará a se estabelecer como uma das grandes potências do mercado global de software.
 

* Nuno Simões é diretor do Grupo de Software e Serviços para a America Latina da Intel

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