* Por Clayton Montarroyos
Como profissional que atua há algumas décadas no mercado brasileiro de Analytics e Business Intelligence (BI), tenho acompanhado o aumento do interesse das empresas no Brasil por software e plataformas do segmento.
Este crescimento tem sido confirmado por dados, como o Estudo Mercado Brasileiro de Software – Panorama e Tendências 2020, produzido pela ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software) em parceria com a IDC, que apontou que as plataformas e aplicações de BI e Analytics movimentaram US$ 1,196 bilhão em 2019, com uma taxa de crescimento de 20,3% em relação ao ano anterior.
A pandemia trouxe dúvidas, entretanto. Precisávamos saber se as empresas manteriam o aporte de investimentos em tecnologias digitais e como alocariam estes recursos, frente às incertezas e aos impactos nos negócios, que variaram de acordo com o setor econômico.
No balanço que se faz de 2020, é consenso de que a pandemia do novo coronavírus promoveu uma aceleração da transformação digital, seja para manter a empresa funcionando ou para se obter mais vantagem competitiva diante dos concorrentes.
A divulgação dos resultados da 32ª Edição da Pesquisa Anual do Uso de TI, conduzida pela FGVcia, que envolveu uma amostra significativa de 2.636 médias e grandes empresas, trouxe um retrato atual e as tendências nesta conjuntura, bastante favorável para o BI diante da transformação digital acelerada pela pandemia.
De acordo com os resultados divulgados de FGV, os principais projetos de TI nas empresas estão focados em Inteligência Analítica (Analytics), entendida como projetos de BI, BA e CRM, e no “novo” ERP (Migração, Implementação e Integração).
Acredito que este resultado confirma que as empresas brasileiras estão investindo na transformação digital baseada em dados, o que é bastante promissor e relevante. A tendência de alta nos investimentos de BI, que foi identificada em anos anteriores, está se mantendo.
O business intelligence visa apoiar a tomada de decisão empresarial, a partir de sistemas que dão o suporte às decisões com o uso de tecnologias, processos e aplicativos que analisam, principalmente, os processos internos e estruturados de dados e negócios, enquanto a inteligência competitiva reúne, analisa e dissemina informações com foco nos concorrentes da empresa, em uma visão ampla da inteligência de negócios. As tecnologias de BI fornecem visões históricas, atuais e preditivas das operações e do mercado no qual a empresa atua.
Um conselho às empresas que começaram agora no mundo do BI e até mesmo para as que estão desbravando esse mundo a mais tempo é: não basta apenas investir nas ferramentas ou plataformas. Antes e durante a implementação, é muito importante analisar os dados disponíveis para avaliar a qualidade dos dados e se a coleta e armazenamento deles está sendo realizada corretamente. É preciso saber se os dados têm qualidade suficiente, pois qualquer implementação de BI falhará se a base for ruim. Marketing digital geram dados. Internet das coisas geram dados. Inteligência Artificial precisa de bons dados.
Invista em tecnologias, mas invista também na capacitação de sua equipe, invista em Data Literacy, para que seus colaboradores entendam, analisem e usem os dados com confiança, desenvoltura e produção de insights valiosos para o negócio.
*Clayton Montarroyos, CEO da IN – Inteligência de Negócios, premiada Master Reseller da Qlik no Brasil
Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software