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*Por Marcela Vairo

O planeta está interconectado. Hoje, o potencial para extrair novos conhecimentos a partir de dados é enorme. Mas, assim como conhecemos apenas uma pequena parte dos mistérios do Universo, 80% dos dados do mundo ainda permanecem não analisados, inacessíveis ou não confiáveis (1).

Com o avanço da tecnologia, somos capazes de coletar, organizar e analisar mais e melhores dados. Além disso, com soluções alavancadas pela nuvem, podemos trazer à luz novas informações para os desafios mais urgentes da sociedade e dos negócios, tais como: acesso à educação, mudanças climáticas ou o uso eficiente de recursos, bem como para o avanço como um todo da humanidade, se formos considerar o uso para a medicina, a ciência ou a astronomia.

Tomemos a astronomia como exemplo. Desde tempos imemoriais, os humanos olham para o céu em busca de respostas para questões fundamentais como se estamos sozinhos no Universo ou que lugar ocupamos no cosmos. Em 1998, os radiotelescópios capturaram 10 GB de dados. Estima-se que em 2022, serão capturados 90.000 GB de dados por cada noite de observação (2), o que equivale a aproximadamente 30.000 filmes em HD no Nexflix (3).

Para lidar com essa enorme quantidade de dados, os cientistas estão aplicando modelos de inteligência artificial (IA) para, por exemplo, descobrir novos exoplanetas e investigar possíveis zonas habitáveis. Mas não se trata apenas de “Rocket Science”. Existem desafios que devemos superar em todos os setores. De acordo com a Forrester, os maiores obstáculos que as empresas enfrentam para acelerar sua jornada de IA são dados, confiança e talento. Como o Brasil pode aproveitar a “janela de lançamento” e aproveitar as vantagens da IA?

1. Dados: ao dimensionar a inteligência artificial – aproveitando a nuvem híbrida como um acelerador – as organizações são capazes de prever interrupções operacionais e garantir a continuidade de seus negócios; otimizar o tempo das pessoas para realizar trabalhos de alto valor; automatizar decisões, processos e experiências de forma inteligente; inovar em produtos e serviços e fortalecer a experiência de clientes e colaboradores.

Para apoiar seus clientes, a IBM criou o Data Science & AI Elite Team – quase 100 cientistas de dados em todo o mundo concluíram projetos de inteligência artificial, ciência de dados e aprendizado de máquina em 50 países de 6 setores industriais, incluindo clientes da América Latina.

2. Confiança: as empresas devem começar preparando seus dados para IA, de maneira que forneça confiança e transparência às pessoas que dependerão deles. É imperativo que a IA de hoje reflita os valores das populações para as quais foi criada. Se queremos uma tecnologia ética e imparcial, devemos garantir que todos tenham oportunidades iguais de participar de sua criação.

Recentemente, anunciamos a abertura de um Centro de IA em uma parceria entre a IBM, a USP (Universidade de São Paulo) e a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa Científica do Estado de São Paulo), com o objetivo de acelerar a ciência e a inovação em saúde, meio ambiente, redes de produção de alimentos, o futuro do trabalho e a melhoria do processamento da linguagem natural em português. Além disso, como parte de nossa decisão de garantir IA justa e transparente, o centro terá três comitês consultivos focados no progresso científico, indústria e sociedade, e diversidade e inclusão, para promover a colaboração de todo o ecossistema de inovação local.

3. Talento: as organizações ainda enfrentam dificuldades significativas para encontrar e atrair bons talentos. Além disso, essas habilidades digitais devem ser desenvolvidas em toda a empresa, com foco na compreensão conceitual dos dados para interagir com ferramentas que permitem ou são impulsionadas pela IA e para identificar novas oportunidades de negócios. Os dados são uma ferramenta não apenas para cientistas e técnicos, mas todas as áreas de negócios podem se beneficiar com seu uso.

A IBM promove ativamente a preparação de jovens em tecnologias e habilidades profissionais do amanhã, como ciência de dados, inteligência artificial, nuvem, blockchain e cibersegurança, entre outras. Para isso, a empresa disponibilizou a plataforma Open P-TECH, com conteúdo gratuito e em português para professores e alunos do ensino médio no Brasil.

É um fato: as organizações que escalam a Inteligência Artificial têm 7 vezes mais probabilidade de serem aquelas que crescem mais rápido em seu setor (4). Empresas em setores-chave como alimentos, bancos, telecomunicações, saúde e energia estão assumindo a liderança na América Latina e transformando seus negócios por meio dos dados e do potencial da nuvem híbrida.

A IA não existe mais apenas como aspiração, é inevitável. O mundo de nossos predecessores era movido por ferrovias e eletricidade, o nosso por Inteligência Artificial e dados.

(1) Ver https://www.ibm.com/cloud/uk-en/yourcloud/data
(2) Kremer, Jan, et al. “Big universe, big data: machine learning and image analysis for astronomy”. IEEE Intelligent systems 32.3 (2017): 16-22.
(3) Cálculo próprio considerando uma média de 3GB por filme.
(4) Forrester Consulting, Overcome Obstacles To Get AI At Scale. Visit.

* Marcela Vairo, Diretora de Dados e IA da IBM América Latina

Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software

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