Por Udi Geismar
Os medos baseados em mitos são pesos afastando empresas da nuvem e mobilidade, especialmente para a área de gestão de força de trabalho em campo. Apesar de a consultoria Gartner afirmar que Cloud e Mobilidade estão na lista de prioridades de gastos para os departamentos de TI, e a Forrester prever um crescimento exponencial com os gastos em nuvem até 2020, um pouco mais de dois terços das companhias em gestão de força de trabalho dizem ter pouco ou nenhum acesso móvel aos dados de gestão de recursos e serviços corporativos.
Entre os principais mitos enfrentados no mundo corporativo quando falamos de nuvem estão a insegurança, exigências regulatórias, padronização e retorno do investimento. Mas, como veremos abaixo, um bom planejamento e a utilização de serviços oferecidos por empresas de confiança permitem uma implantação segura e coerente com as demandas do mercado e negócio.
A Cloud não é insegura, o medo de exposição de dados confidenciais da empresa e clientes, embora pertinente, não é um argumento contra a adoção da Nuvem. A realidade é que a maioria dos departamentos de TI não está preparado ou tem os recursos necessários para lidar com as crescentes e complexas ameaças de segurança de hoje, mas a maioria dos provedores de Nuvem sim. Além disso, utilizar a nuvem também protege os dados em caso de perda de equipamentos, os mantendo em acesso remoto protegido por SLAs e protocolos de segurança.
Demandas regulatórias também não são o problema, uma vez que os principais provedores podem garantir que o armazenamento de informações esteja de acordo com as leis, até mesmo em indústrias fortemente regulamentadas. Outro mito é que a Nuvem não é confiável, mas estudos do grupo Aberdeen reportam que 93% das empresas ainda lutam contra quedas e tempos inativos, com custos crescentes. Provedores de nuvem costumam ter níveis melhores de disponibilidade e redundância, o que é particularmente importante para gestão de força de trabalho móvel, considerando o impacto de quedas no campo e para o consumidor final.
Em seu estudo de previsões para 2014 a Gartner coloca a Web-scale IT como uma das grandes tendências de TI, reinventando o modo em que serviços de TI podem ser oferecidos. Isso permitirá o desenvolvimento de sistemas flexíveis e resistentes que se recuperam de falhas mais rapidamente, e para que empresas acompanhem o ritmo terão que emular a arquitetura, processos e práticas dos provedores de nuvem exemplares, com capacidades que vão além de tamanho, mas tratam da escala de velocidade e agilidade do sistema.
Aplicativos em nuvem também são compatíveis com uma gama de plataformas padrão, sistemas operacionais e dispositivos, e, apesar de serviços oferecerem níveis de customização baseados nas necessidades da empresa, essa padronização é um benefício, especialmente se considerarmos o crescimento no número de dispositivos e sistemas. A Gartner também prevê que as aplicações irão diminuir, enquanto os aplicativos continuarão a crescer com a melhora do Javascript impulsionando o HTML5.
Claro que também devemos avaliar o retorno dos investimentos. Uma pesquisa da Rackspace com empresas americanas e britânicas revelou que 88% das empresas se beneficiaram da redução dos custos de TI e 56% tiveram aumento nos lucros como resultado do uso de serviços de nuvem. Isso se soma à escalabilidade de demanda, flexibilidade, velocidade de resposta e liberar recursos internos de TI, combinando os benefícios da mobilidade e nuvem com as capacidades de softwares de gestão de força de trabalho móvel são possíveis ganhos entre 10 e 20% de produtividade.
Entendendo esses mitos podemos dissipar os medos e traçar o caminho para a adoção da nuvem por organizações com gestão de força de trabalho móvel. Os benefícios são claros, com a combinação de mobilidade e computação em nuvem permitindo que as empresas mais facilmente e de forma rentável implantem e dimensionem a mais recente tecnologia para gerar maior produtividade, ganhos de eficiência e melhores níveis de serviço para os consumidores.
Udi Geismar é vice-presidente da ClickSoftware para América Latina