- Uma visão consolidada de todas as informações valoriza a operação e a colaboração das empresas.
*Por Edgar Zamudio
Os problemas que as empresas de sucesso podem enfrentar não são tão óbvios, mas depois de conversar com os executivos de várias dessas empresas, alguns gargalos comuns podem ser identificados, que quase nunca são os mesmos, mas têm muitas semelhanças. Quando se trata de dados, há uma infinidade de tópicos, desde infraestrutura de armazenamento, conectores, integração, proteção, fazer sentido para os usuários de negócios, apresentá-los, dar-lhes consistência, combiná-los, monetizá-los e por aí vai. E nesses encontros com executivos de tecnologia e negócios de diferentes empresas, um tema comum é o gerenciamento de dados mestre. Na maioria das vezes, são iniciativas que vêm das áreas de negócios, não necessariamente de tecnologias da informação (TI).
A TIBCO patrocinou o IDC InfoBrief sobre tendências emergentes de dados, intitulado “Uso inteligente de dados: padrões de unificação e canalização na economia digital“, que enfatizou que, até 2023, mais de 103 ZBs de novos dados seriam criados. Outro dado bastante relevante é a dificuldade de integração e gestão da informação, onde 60% das empresas lutam com a qualidade e complexidade dos dados, principalmente no âmbito da segurança da informação e governança.
Aqui, gostaria de comentar alguns desses casos, pois eles impactam os benefícios potenciais de resolvê-los e os diferentes domínios de dados envolvidos, como clientes, produtos, fornecedores, imóveis, funcionários, etc.
Um exemplo é uma empresa de alimentos embalados, com fábricas em diferentes cidades e países, com os mesmos produtos, mas com apresentações diferentes devido às regulamentações ou costumes locais. Isso impõe desafios significativos à organização para determinar o desempenho de um produto de forma global, e mesmo no país de origem é complexo poder determinar os níveis de estoque, uma vez que cada fábrica lida com dados diferentes de um mesmo produto.
A solução é ter um master data de cada produto, como uma pizza de microondas, que tenha um link para todas as propriedades, como ingredientes, apresentações, embalagens, promoções e fábricas. Não importa onde os dados sejam utilizados, e quem os utiliza, sempre terá as informações necessárias e poderá identificar a origem de cada dado. Por fim, esses dados mestres, combinados com informações transacionais, permitirão que você identifique vendas, entregas, faturamento, estoque e tudo relacionado ao desempenho de cada produto, o que pode significar milhões em economia, seja por redução de dias de estoque, seja por faturamento imediato, promoções eficazes e outros benefícios operacionais.
No caso das instituições de serviços financeiros, identificamos casos mais complexos. Os serviços financeiros têm as regulamentações mais rígidas em todos os países e, se adicionarmos a diversificação dos produtos e serviços que já oferecem, isso os torna ainda mais complicados.
A experiência de ir ao banco e receber uma oferta de um produto desta mesma instituição financeira, ou que não se enquadra em sua necessidade, se deve em parte a essa falta de visibilidade dos executivos a um master data de seus clientes. Novamente, cada sistema, como o núcleo bancário, núcleo de marketing ou CRM, terá um cadastro de cliente com informações diferentes para sua finalidade específica, mesmo com relação às questões regulatórias, mas isso seria importante para que o executivo pudesse identificar rapidamente os produtos contratados por cada cliente, histórico de acontecimentos ou relatórios, contatos (sempre que permitido), promoções que aceitou e outros dados.
Nesse caso, usando esses dados mestre, em conjunto com informações históricas, aplicando modelos analíticos avançados, é possível determinar imediatamente o melhor produto financeiro para lhe oferecer e, mais ainda, o tipo de crédito que pode ser dado a você, em termos de prazos, valores e taxas. Isso pode resultar em uma melhor experiência do cliente, aumento da receita, redução de riscos e marketing mais eficaz.
Outro tema recorrente em serviços financeiros e outros setores que têm contato direto com os consumidores é o manuseio de informações pessoais, que pelas diferentes regulamentações e legislações de cada país, obriga as empresas a aplicar controles específicos, inclusive de seus próprios funcionários. Nesse caso, é importante que uma solução de gerenciamento de dados mestre nos ajude a implementar processos e registrar o uso de dados pessoais, para ser capaz de identificar e classificar que se trata de dados pessoais, identificar as pessoas dentro da empresa dedicadas a esses controles, e fora dela, como órgãos reguladores. E também para ajudar a documentar incidentes, identificando a origem dos dados e todas as ações de mitigação.
Em alguns países da América Latina, eles contam com a regulamentação GDPR, de origem europeia, mas que abrange o tema dos dados pessoais de forma ampla. Em momentos diferentes em cada país, a violação dessas regulamentações irá impor multas significativas às empresas. Por isso, é importante ter os controles necessários implementados e bem documentados.
Concluindo, os motivos pelos quais uma solução de gerenciamento de dados mestre (MDM) é necessária vão desde análises até a tomada de decisão aprimorada e a melhoria do processo de marketing; produtos operacionais, clientes, fornecedores, imóveis, etc.; e para aqueles que correm o risco de violar os regulamentos, ter uma visão mais precisa para reduzir esse risco em geral.
Para cobrir esses fatores, é fundamental que os usuários de negócios, não apenas de TI, se envolvam em todo o processo de gerenciamento de dados mestre, e que tenham as ferramentas necessárias que agreguem valor à sua operação, permitindo a colaboração das áreas mais técnicas, incluindo analistas de dados e analistas de negócios, até os tomadores de decisão.
* Edgar Zamudio é consultor de pré-vendas da TIBCO.
Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software
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