A tecnologia avança em ciclos cada vez mais rápidos e transformadores. A IA Generativa marcou um ponto sem retorno, mas não é a única inovação disruptiva capaz de moldar o futuro da humanidade de forma positiva. Tecnologias como computação quântica, robótica, IoT, impressão 3D, data centers sustentáveis, edge computing e edge AI, além das conectividades 5G e 6G, estão redefinindo o nosso mundo. Então, como podemos navegar por essas inovações e tomar decisões informadas, evitando o medo de ficar para trás? Esta foi uma das questões que conduziu a 14ª edição da ABES SUMMIT, realizada em São Paulo e que reuniu importantes especialistas, e que teve como tema central “Ponto de Inflexão: a urgência da nova agenda tecnológica”.
Durante a primeira mesa redonda do dia sobre “Como dominar as tecnologias que vão acelerar a transformação da economia?”, os painelistas relataram que um dos principais desafios em um ambiente tecnológico em rápida mudança é a incerteza. “É fundamental que as organizações aceitem essa incerteza e reconheçam a necessidade de experimentar. Em vez de temer o erro, elas devem adotá-lo como parte do processo de aprendizado. Testar ideias em pequena escala permite que as empresas aprendam e melhorem continuamente, minimizando os riscos. Essa mentalidade de “testar e aprender” é essencial para navegar em um mundo de constantes mudanças”, comentou Eduardo Paranhos, Sócio do EPG Advogados, Líder do Grupo de Trabalho de Inteligência Artificial da ABES e moderador da mesa.
Para Adriano Dias, CEO da Magna Sistemas/Almaviva Solutions, é essencial que as organizações adotem uma mentalidade proativa em relação às inovações, pois a transformação digital não é um destino, mas uma jornada contínua. Investir em capacitação e desenvolvimento de habilidades nas equipes é fundamental para garantir que todos estejam preparados para lidar com as novas tecnologias e suas implicações. “Dessa forma, as empresas poderão não apenas se adaptar às mudanças, mas também prosperar em um cenário tecnológico em constante evolução”. Ele destacou ainda que a experiência é essencial na tomada de decisões, especialmente no mundo digital. Ele enfatiza que as organizações devem integrar a tecnologia ao legado existente, preservando a experiência acumulada enquanto inova. Para ele, a tecnologia deve ser utilizada para enriquecer a experiência do usuário, mantendo um equilíbrio entre inovação e a preservação de sistemas que já funcionam bem.
Colaboração e resiliência
A colaboração também é um fator chave no sucesso da adoção tecnológica. Buscar parcerias estratégicas com empresas que dominam determinadas tecnologias pode ser uma forma eficaz de avançar. Outra consideração importante é a coragem de arriscar. Na busca por inovação, deixar de explorar novas oportunidades pode ser tão arriscado quanto cometer erros. “Utilizar uma matriz de avaliação que diferencie entre atividades rotineiras e inovações disruptivas ajuda as empresas a mapearem onde concentrar seus esforços. Essa estratégia permite que as organizações se posicionem entre a excelência operacional e a inovação transformadora, garantindo que não percam oportunidades valiosas”, afirma Renata Marques, CIO Latin America na Natura &Co. Para ela, a IA representa Inteligência Ampliada, não apenas artificial, promovendo um futuro mais humano e integrado.
Além disso, a estratégia deve ser construída em torno de valores que guiem a experiência do cliente e as operações da empresa. “Isso ajuda a criar resiliência em face das incertezas e assegura que todos os colaboradores compartilhem uma visão comum. O alinhamento em torno de princípios sólidos facilita adaptações e decisões mais acertadas, garantindo que a inovação esteja sempre voltada para o bem-estar do consumidor”, comentou Andrea Carpes Blanco, Diretora de experiência, operação e produtos digitais de atendimento ao cliente na Itaú Unibanco. A transição para a inteligência artificial em setores como o bancário é um tema que gera muitas discussões. Ela destacou ainda que o setor financeiro tem sido ágil na adoção de novas tecnologias, principalmente porque reconhece o potencial da inteligência artificial na análise de dados. Ela ressalta que o atendimento ao cliente, especialmente em call centers, é uma mina de ouro de dados. Com a inteligência artificial, o Itaú conseguiu transformar essa montanha de informações em insights valiosos, melhorando a experiência do cliente e aumentando a eficiência operacional.
Guilherme Belardo, Líder de desenvolvimento de negócios digitais da Bayer, e líder de desenvolvimento de negócios digitais e parcerias estratégicas na The Climate Corporation, compartilha uma mentalidade interessante que permeia sua organização: a cultura de “testar rápido, avaliar rápido e falhar rápido”. Essa abordagem reconhece que o erro é uma parte inevitável do processo de inovação, e essa certeza permite que a empresa se mova rapidamente, especialmente em um setor como a agricultura, onde a agilidade na entrega de produtos é fundamental. Ele também menciona a importância de envolver os agricultores, os clientes finais, no processo de desenvolvimento. “Essa colaboração é vital, pois os agricultores conhecem bem suas dores e desafios, proporcionando insights valiosos que podem aprimorar o produto final. Essa interação não só acelera o desenvolvimento, mas também garante que as soluções oferecidas sejam realmente pertinentes às necessidades do mercado.”
Em resumo, a transformação digital exige uma abordagem integrada, onde a capacitação das pessoas, a governança de dados e a colaboração entre empresas são fundamentais. A mudança é inevitável e as empresas que se prepararem adequadamente estarão em uma posição diferenciada para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que a era digital oferece.
Para assistir ao painel na íntegra, acesse o canal da ABES no Youtube: https://youtu.be/ZCPQhAiB-NY
Sobre o ABES SUMMIT
Em sua 14ª edição, o ABES SUMMIT 2024 teve como tema central “Ponto de Inflexão: a urgência da nova agenda tecnológica” e explorou vários assuntos, tais como, como dominar as tecnologias que vão acelerar a transformação da economia, regulação e políticas públicas, agenda ESG, força de trabalho multigeracional, inclusiva e digital. Um dos objetivos do evento era o de promover um dia de imersão para CEOs e líderes, destacando o poder da tecnologia aplicada aos negócios, onde cada momento foi projetado para despertar novas ideias e estratégias. Contou com patrocínio da Magna Sistemas/Almaviva, ApexBrasil, Finep, Caesbra Benefícios, Embrapii, Grilo e Share People Hub. Ocorreu no dia 30 de outubro no JWMarrioT, na capital paulista, e contou com transmissão online gratuita, além de curadoria de conteúdo realizado por Silvia Bassi, publisher do The Shift.