Por Vicente Goetten, diretor executivo e gerente geral do Totvs Labs
Sensores que se conectam entre si (Internet das Coisas – IoT) e ainda utilizam Big Data e analytics dão vida aos objetos, transformando-se em poderosas fontes de informação. Empresas de diferentes setores da indústria poderão extrair dados desse intercâmbio e desenvolver ações específicas.
O crescimento vertiginoso dos dispositivos móveis influenciará esse movimento. Segundo a IDC, serão mais de dois bilhões de Smart Connected Devices até o final de 2015. A rápida transição de plataformas, o aumento do uso de novas tecnologias e a adoção intensa de sensores impulsiona essa trajetória. Os Beacons serão os viabilizadores dessa revolução que tornará a experiência dos consumidores única e personalizada.
Com Beacons, já é possível, por exemplo, fazer o check-in em um hotel pelo celular, eliminando o tempo gasto na fila. O Beacon localizado na recepção se comunica com o smartphone do hóspede, identificando se a pessoa já é cliente da rede e, caso não for, permite o cadastramento por meio do próprio dispositivo. O mesmo pode ser feito no check-out. Para isso, os clientes precisam ter o aplicativo do hotel ou um aplicativo universal, que permite a interação com todos os estabelecimentos autorizados. Além disso, com um Beacon instalado próximo à porta do quarto, é possível abri-la apenas com o smartphone, não sendo necessária uma chave. Pelo próprio aplicativo, o hóspede pode, ainda, interagir com os demais serviços do hotel, sendo possível solicitar um travesseiro extra ou fazer o pedido do jantar, por exemplo.
Ao identificar as preferências, as empresas conseguirão oferecer aos consumidores uma experiência ainda melhor na próxima interação. O hotel poderá abastecer o frigobar com os produtos que o cliente normalmente consome e deixar o quarto na temperatura que mais agrada ao hóspede.
No varejo, a adoção da tecnologia oferecerá às companhias uma infinidade de dados que hoje são privilégio do e-commerce. Ao conhecer os hábitos de consumo dos clientes, será possível enviar recomendações inteligentes e interagir com eles no mundo off-line com base em seus dados de navegação, possibilitando, por exemplo, a oferta de um cupom de desconto ao consumidor que visualizou determinado produto no e-commerce, mas foi à loja física para prová-lo. Ou, ainda, apresentar informações importantes para o consumidor no momento em que ele estiver próximo a um produto ou até mesmo de um departamento.
Os Beacons não são restritos aos segmentos de hotelaria e varejo, podendo também aprimorar a experiência do consumidor em restaurantes, hospitais, estádios, museus e até mesmo em instituições de ensino, uma vez que podem ser configurados conforme as necessidades das organizações. A possibilidade de aumentar o engajamento com os consumidores, bem como o volume de vendas e serviços, fará com que a tecnologia seja amplamente utilizada pelas organizações de diversos segmentos até 2016.
Um dos desafios para o crescimento da tecnologia é a necessidade dos consumidores determinarem quais companhias poderão ter acesso aos seus dados e se comunicar com eles. Uma vez ultrapassada essa barreira, as empresas do mundo físico poderão extrair informações relevantes e proporcionar uma experiência única e inesquecível aos consumidores, que provavelmente se tornarão clientes assíduos de sua marca e produtos.