Por Sylvio Mode, presidente da Autodesk Brasil
Os últimos eventos esportivos que colocaram o Brasil e, principalmente, o Rio de Janeiro, no radar mundial foram um impulso muito importante para que as capitais do país passassem a investir em recursos que as elevassem (mesmo que em pequenas proporções) a cidades inteligentes (ou Smart Cities). Iniciativas na área de segurança, energia, mobilidade, limpeza foram uma importante vitrine para os turistas que vieram para Copa e Olimpíadas há cerca de dois anos. Independente do legado (ou não legado, no caso), 2016 foi um ano marcante para que as Cidades Inteligentes entrassem definitivamente na agenda do governo e de empresas ligadas à inovação no Brasil.
E de lá para cá, o que temos feito de novo? Algumas cidades estão sim investindo em soluções mais inteligentes. Em recente matéria, o Valor Econômico, apontou iniciativa da Energisa em Cataguazes, cidade do Sul de Minas, com previsão para implementação até setembro. A cidade deverá passar a ter medidores e iluminação inteligentes, micro geração distribuída de energia solar, inovações em mobilidade urbana, entre outras iniciativas. A aplicação da tecnologia para a energia, por exemplo, permitirá soluções cada vez mais sustentáveis.
No mundo, temos resultados concretos do avanço tecnológico e da necessidade de reflexão sobre recursos sustentáveis em espaços urbanos. Até porque, no cenário atual, estima-se que até 2050, cerca de 66% da população mundial viverá nas grandes cidades – o que é quase o dobro do que existe atualmente. No Brasil, com mais de 80% de concentração nos centros urbanos, essa realidade se impõe e reforça a importância de iniciativas voltadas a um crescimento sustentável e inteligente.
Se pensarmos no desafio de minimizar impactos ambientais e promover um ambiente urbano de qualidade para as gerações futuras, precisamos acelerar o passo e apostar em modelos que reforcem conceitos capazes de tornar o mundo mais igualitário em oportunidades, com a adoção de modelos de negócio que fomentam a economia criativa, compartilhada e que gerem impacto positivo e oportunidades sociais.
Neste contexto, o desenvolvimento das cidades ‘inteligentes e conectadas’ se torna um fato se a tecnologia utilizada nos serviços disponíveis (seja transporte/mobilidade, coleta de resíduos, segurança pública, água, energia) existirem de forma integrada. Cidades conectadas contribuem para o crescimento econômico, pois colaboram com a sociedade e tornam a gestão pública mais eficiente.
A Autodesk é uma empresa com foco em inovação, e sua tecnologia permite o design e a criação de projetos que trazem soluções inteligentes em diversas áreas. Um importante exemplo disso, voltado para o mercado de arquitetura e construção, são as soluções de BIM (Building Information Model). Em poucas palavras, o BIM é um conjunto de ferramentas que aumenta a produtividade, a eficiência e a transparência de projetos de edificação, urbanização e de infraestrutura.
Qual é o ganho que o BIM leva ao planejamento urbano? A proposta é visualizar uma cidade (ou projeto) virtual, para que seja possível o desenvolvimento de projetos eficientes, ambientalmente corretos e mais econômicos, com dados atualizados diariamente, oferecendo assim confiabilidade e resultados verificáveis, além de conseguir comunicar de forma eficaz as soluções para qualquer público.
Integração, conexão, eficiência – daqui para a frente é assim que temos que enxergar qualquer projeto de impacto urbano. Só assim teremos as nossas cidades mais inteligentes.
Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software.