*Por Tatiana Oliveira
Debates sobre a participação e o aumento da presença de mulheres no mercado corporativo estão ganhando cada vez mais espaço nos últimos tempos, mas, ainda assim, há um longo caminho a ser percorrido. De acordo com um estudo da Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais), atualmente os homens ocupam 67% das posições mais altas nas empresas de tecnologia, enquanto as mulheres apenas 33%.
Além disso, os indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC) – realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre os segundos trimestres de 2019 e 2022 – apontam que a taxa de desemprego entre as mulheres negras no segundo trimestre deste ano, ficou em 13,9%. Entre as mulheres brancas, o desemprego constatado foi de 8,9%; e os homens brancos, 6,1%, a menor taxa entre os grupos.
Por meio dos apontamentos acima, é perceptível a responsabilidade das empresas de fomentar a diversidade dentro das empresas, principalmente no setor de tecnologia, no qual a presença das mulheres costuma ser menor. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o lucro das corporações comandadas por mulheres é 15% superior ao das empresas lideradas por homens. No entanto, apenas 39,4% das mulheres estão em cargos de chefia atualmente.
Para que o mercado tenha e mantenha a credibilidade, é primordial a prática de ações que abram oportunidades de contratações às mulheres e criação de comitês que promovam um espaço de discussão e uma rede de apoio entre elas, para que assim possam mostrar às outras a importância da presença feminina no ambiente de trabalho, principalmente em lugares que há predominância do sexo oposto.
É válido ressaltar, também, o maior incentivo que deve ser feito para presença feminina em cargos de liderança e a atenção que as empresas devem ter em relação às ações de mobilização para oferecer salários igualitários, já que segundo uma pesquisa de 2021 do IDados, a mulher ainda ganha 20% a menos que o homem.
Outro fator crucial na diversidade e inclusão das corporações é a execução dos programas de desenvolvimento. Independentemente do nível, se é para gestão, vendas ou para a área de tecnologia como um todo, as companhias devem investir e apoiar a evolução de aprendizado e conquistas de seus funcionários. Especialmente quando se trata dos grupos minoritários. Essa é uma forma de fortalecer planos de carreira e aumentar a confiança do profissional.
Por último, precisa-se ter em mente que, no ambiente corporativo, não é suficiente falar sobre diversidade e igualdade de gênero sem ações e planejamento para colocar isso em prática de forma efetiva.
Por fim, é necessário gerar oportunidades na contratação, no reconhecimento e na construção de uma carreira sólida e de sucesso. Somente dessa forma o mercado conseguirá evoluir de forma justa e promissora.
*Tatiana Oliveira, diretora de pré-vendas da América Latina da Seal Telecom
Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software