Escolha uma Página
Compartilhe

*Por Adriano Almeida

O cenário de contratação e retenção de profissionais de tecnologia tem sido desafiador para a área de Recursos Humanos, e, para entendermos um pouco o terreno em que estamos pisando, podemos olhar para dois dados: o portal Empregos.com.br aponta que o número de vagas no setor de tecnologia cresceu 34,3% entre janeiro e outubro de 2022; porém, o levantamento do Google For Startups revela que o Brasil terá um déficit de 530 mil profissionais de TI até 2025.

Como explicar esse paradoxo?

Bem, primeiramente é essencial compreendermos que o atual cenário da área tech envolve uma transformação digital constante e a alta concorrência no mercado. E, mesclando esse contexto com alguns dos objetivos principais dos times de RH para qualquer outra categoria de trabalho, podemos dividir os obstáculos das equipes em quatro etapas:

  • Atração de programadores qualificados

Os dados acima indicam que há uma retração do mercado, o que, por sua vez, traz uma grande dificuldade para as empresas em contratar talentos de programação e tecnologia que sejam, de fato, qualificados; não à toa, o Infojobs aponta que 84% das companhias sofrem para fechar vagas.

Essa disparidade entre oferta e demanda de especialistas no setor tem sido chamada de “apagão tech”. Ou seja, por mais que a carreira de programador esteja em alta, isso acontece dentro de um contexto instável, já que há poucos profissionais que realmente estejam aptos para as funções.

  • Criação de ações que valorizam o profissional tech

A pesquisa Educação Tech & Eficiência Operacional das Empresas, que fizemos aqui na Alura Para Empresas em parceria com a FIAP, mostra que 69% das empresas não estipulam políticas em que o desenvolvimento profissional é um critério para acesso a aumentos salariais, ascensão de cargo e outros benefícios. Esse é um problema na relevância que é dada para o período “pós-contratação”.

A retenção dos especialistas tech nas organizações é tão importante quanto a busca pelos talentos. Programadores sabem que há oportunidades em grandes marcas esperando por eles com boas remunerações, flexibilidade na rotina e chances de crescimento, justamente por ser uma carreira muito demandada pelo mercado.

Portanto, ao encontrar pessoas qualificadas para a vaga, as companhias precisam mostrar que aquele é o melhor lugar para se trabalhar e prosperar na profissão, criando ações de valorização dos profissionais contratados.

  • Reconhecimento da importância do especialista tech para a empresa

Outro dado interessante do levantamento é que, apesar de 36,5% das empresas apresentarem ações para treinar e reconhecer talentos, outras 12% não contam com nenhuma ação nesse sentido. Em outras palavras, essa última parcela demonstra que existe uma lacuna no mercado em criar ambientes de trabalho que ressaltam a importância de programadores e especialistas tech para o negócio.

Para manter os profissionais motivados a continuar na organização, o RH deve compreender os seus desejos e expectativas de uma maneira individualizada, não como um grupo generalizado. Com isso, é possível criar uma cultura que reconheça a relevância da criatividade e da especialidade dos colaboradores de tecnologia.

  • Engajamento dos times

Ainda na pesquisa, observamos que 33,6% das empresas entendem que a maior dificuldade enfrentada por elas é o engajamento de profissionais de tecnologia nos treinamentos promovidos, sendo que 20% não disponibilizam de orçamento para promoverem ações nesse sentido. Isso significa que, mesmo em organizações que investem na capacitação tech, o RH possui uma grande dor em entender a eficiência desses programas.

Quando o assunto é engajar equipes, não há outra alternativa a não ser encontrar maneiras inovadoras que associem o interesse dos programadores aos objetivos e valores da empresa. Os treinamentos e soluções de desenvolvimento devem associar carreiras à respectiva identidade corporativa.

Em resumo, mais do que criar novos cargos, o aprendizado contínuo é essencial para melhorar as práticas de gestão dos times de programação. A área de Pessoas precisa gerar ambientes de desenvolvimento que não apenas despertem o interesse dos profissionais, mas também ofereçam um espaço para que essa categoria de especialistas possa inovar e se sentir valorizada por contribuir com a construção de um futuro digital brilhante.

*Adriano Almeida é líder da Alura Para Empresas, unidade de negócios da Alura, maior ecossistema de aprendizado em tecnologia do Brasil, que apoia e impulsiona organizações com soluções de desenvolvimento de pessoas em tecnologia.

Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software

acesso rápido

pt_BRPT