*Por Yassuki Takano
O 5G, como a sigla já indica, é a quinta geração das comunicações móveis e se diferencia das gerações anteriores pela oferta de serviços de elevadíssima capacidade de transmissão de dados, confiabilidade extremamente alta e baixa latência na comunicação. Essas características permitem, por exemplo, transmissões de mídia – vídeo em 4K ou até 8K – e a conectividade para internet das coisas.
O 5G também tem uma característica que parece ser muito útil para enriquecer o portfólio de serviços das operadoras: o network slicing, que permite que se configurem serviços de conectividade com diferentes combinações de características:
• Altíssima capacidade e confiabilidade, para transmissão de vídeo, por exemplo;
• Altíssima confiabilidade e baixíssima latência, mas não necessariamente alto volume de transmissão de dados, para serviços como monitoramento de veículos autônomos ou controle de drones;
• Conexão com milhares, milhões ou até bilhões com consumo baixo de energia e pacotes pequenos de dados – característicos dos sensores de automação.
Graças a essas características, o 5G possibilita uma ampla gama de novos serviços, muito mais avançados e mais focados em verticais de negócios – transformando o jeito como as operadoras fazem negócios com seus clientes, como eles usam esses serviços e como negociam por meio deles.
Mas nem tudo é boa notícia, e essas vantagens têm um trade-off. Em primeiro lugar, por suas características técnicas, essa nova geração da telefonia vai demandar uma maior quantidade de células, o que deve aumentar custos e complexidade operacional. Com o aumento de complexidade, deixar a organização crescer de maneira descontrolada pode diminuir os ganhos gerados pelos novos serviços viabilizados pelo 5G. A automação e busca por eficiência operacional tornam-se mandatórias e trazem consigo uma necessidade de revisão de processos e estruturas de trabalho.
Outra mudança que acontece paralelamente à chega do 5G – e está intrinsecamente ligada a ela é a evolução das redes de telecom para um ambiente baseado em software. Ou seja, de ambientes totalmente compostos por hardware especializado, passa a ser um negócio de coding e desenvolvimento de aplicações para serviços, suportados por uma infraestrutura virtualizada.
É o mundo da NFV (Network Function Virtualization), que muda significativamente não apenas a arquitetura das redes de telecomunicações, mas também as estruturas de trabalho e a capacitação necessária dos profissionais. Assim, cresce a importância de se capacitar os profissionais com conhecimento em software e em temas como práticas ágeis e DevOps, que se tornam mais importantes do que nunca.
* Yassuki Takano, diretor de consultoria da Logicalis
Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software