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Por Pat Phelan, VP de Pesquisa de Mercado da Rimini Street

 

Todo cliente de software corporativo deseja conhecer o Roadmap do seu fabricante: o plano de como os produtos evoluirão e de que forma poderão apoiar melhor os negócios da empresa. No entanto, o caminho traçado pelos fabricantes não é necessariamente o caminho que a sua empresa quer seguir.
 
No momento em que a pressão para migrar para a nuvem está forçando líderes de TI a repensarem suas estratégias de aplicações, as empresas precisam ter seu próprio Roadmap. Isso é particularmente verdadeiro para o ERP em cloud: dizer que “as empresas estão migrando para a nuvem” não significa que elas estejam migrando suas aplicações ERP para a nuvem. Mesmo que você decida ter seu ERP em cloud, a sua rota pode não ser aquela traçada pelo fabricante.
 
Decisões inteligentes sobre a tecnologia em cloud exigem o entendimento desses tipos de serviços e dos cenários nos quais eles se encaixam. Por exemplo, o software como serviço (SaaS) teve um impacto muito maior em segmentos de aplicativos, como CRM e automação de marketing, do que no ERP. Embora os grandes fabricantes tenham começado a impulsionar o ERP SaaS, as primeiras histórias de sucesso foram em empresas relativamente pequenas, ou então, em divisões de empresas maiores – não em empresas complexas e globais. As histórias de sucesso em SaaS, como a Salesforce, reinventaram de maneira significativa as categorias de software em nuvem. Ainda precisamos ver como isso funcionará para ERP.
 
Na verdade, a maioria das inovações em nuvem e tecnologias corporativas está acontecendo fora do ERP. E isso não é exatamente uma surpresa, porque o que as empresas mais valorizam em um ERP é a estabilidade e a confiabilidade. Por natureza, a inovação envolve o risco. As empresas inovadoras procuram encontrar o equilíbrio certo entre risco e recompensa – mas não podem jamais correr o risco de não conseguir fechar os resultados no final do trimestre.
 
Este artigo foi adaptado de meu white paper “O mundo das aplicações corporativas está mudando – É hora de redirecionar seu Roadmap de ERP?”.  Nele, você pode ler uma análise mais detalhada, baseada nos anos em que passei pesquisando o mercado de sistemas de gestão corporativa. Aqui estão alguns pontos essenciais:
 
•          Tome decisões relativas ao Roadmap de seu ERP com base em metas corporativas – como a transformação dos negócios, modernização ou corte dos custos -, não em ultimatos de fornecedores ou na facilidade de aquisição e instalação de tecnologias em nuvem.
 
•          Muitos anos podem se passar antes que haja uma paridade de funções entre a solução ERP estabelecida e o ERP SaaS. Para a maioria das empresas, não é recomendado passar o conjunto completo de aplicações ERP para SaaS, pelo menos por enquanto.
 
•          Inicie sua jornada na nuvem pela Infraestrutura como Serviço (IaaS). Tirar seu ERP do data center é a mais econômica e menos impactante mudança para a nuvem que você pode fazer.
 
•          Faça investimentos focados em tecnologias SaaS que permitem inovar mais rapidamente.
 
O mundo das aplicações corporativas está mudando
 
Os pacotes de ERP monolíticos prevaleceram nos últimos 30 anos, quando o objetivo era padronização e integração. Hoje, a agilidade e a inovação nos negócios são uma prioridade para os líderes de negócios e de TI. A nuvem tornou-se um facilitador para novos modelos corporativos que levam à transformação dos negócios.
 
Aplicações corporativas de back-office (como o ERP) não são transformacionais por natureza. Como resultado, as empresas não obtêm ganhos significativos ao movê-las para a nuvem. O ERP deve interagir com tecnologias em nuvem que ofereçam funcionalidade aprimorada e, ao mesmo tempo, atuem como sistemas de registro sólidos e confiáveis para a empresa.
 
A suíte monolítica de aplicações corporativas está se tornando um ecossistema. No núcleo, você tem o sistema de gestão e as aplicações altamente transacionais. É nos sistemas de engajamento e outras extensões que faz sentido usar a nuvem.
 
Esse é o padrão do Salesforce, que cria um sistema principal para rastrear clientes e parceiros em um ecossistema de vários aplicativos conectados, criados por parceiros de aplicativos e empresas individuais. O ecossistema Salesforce de cada empresa é personalizado a partir desses blocos de construção. Da mesma forma, um pacote ERP pode ser livremente conectado a aplicativos em nuvem para gerenciamento de ativos, pedidos on-line ou contabilidade de projetos.
 
A era de alguns mega fabricantes de ERP dominando o mercado está dando lugar a uma proliferação dos melhores fornecedores de aplicações em nuvem. Os clientes de ERP não precisam mais esperar pelos fornecedores de software. Os mega fabricantes de ERP não são tão ágeis quanto os fornecedores de software específicos, o que significa que esses gigantes ficam para trás na maturidade do produto na nuvem.
 
A rota híbrida
 
A maioria das empresas caminha para um ambiente híbrido de ERP: uma combinação de software licenciado atual e novos serviços em nuvem. Em vez de uma mudança total para a nuvem, uma estratégia híbrida direciona o uso de cloud para áreas que geram vantagem competitiva. Os candidatos mais prováveis são sistemas de engajamento que suportam interações com fornecedores, clientes e parceiros.
 
Os grandes fornecedores de ERP querem tirar o máximo proveito do seu negócio, e apostam nas suítes em nuvem integradas como um caminho mais fácil.
 
No entanto, independentemente das ferramentas técnicas de migração oferecidas pelo fabricante, não existe uma solução fácil para o ERP SaaS. Mesmo migrar para a edição SaaS da solução que você possui, provavelmente será uma tentativa mais próxima de ‘reimplementação’, do que uma atualização. Com isso, vêm os riscos, os custos e as interrupções operacionais que acompanham as implementações de sistemas de gestão.
 
Mudar para o ERP em SaaS encobre uma ampla gama de desafios, como:
 
•          A necessidade de padronizar processos de negócios, configurações e dados para se adequar ao produto SaaS – Um princípio fundamental para o SaaS é que a solução padrão do fabricante possa ser usada por muitos clientes. Isso significa limitar severamente, se não proibir, a customização.
 
•          O desafio de integrar serviços pouco acoplados – Os produtos ERP SaaS não contêm os recursos exclusivos disponíveis nas soluções de ERP existentes. Isso torna necessário criar um portfólio de software e integrar seus componentes.
 
•          Racionalizar, substituir ou reorganizar customizações necessárias, mas não entregues com a solução SaaS – Para empresas com muitas customizações, essa atividade sozinha pode tornar a migração para o ERP SaaS proibitiva.
 
Tudo isso pode se traduzir em anos de trabalho de projeto e orçamentos críticos. E no final da jornada – supondo que você tenha feito a transição para o ERP SaaS -, fazer registros simples na nuvem, em vez de fazê-los em seu data center, não vai tornar sua empresa mais produtiva ou criar algum tipo de vantagem competitiva.
 
Além disso, o ERP SaaS não resultará necessariamente em menor custo total de propriedade (TCO). Com mais de 5 a 7 anos, o custo total de propriedade do SaaS pode exceder as taxas de licença e manutenção do software tradicional. Na verdade, pode-se até pensar que é por isso que os fabricantes de ERP estão empurrando tanto o SaaS.
 
Saindo do Roadmap do fabricante
 
Em vez de ser empurrado para o ERP SaaS, escolha sua própria rota. Para muitas empresas, o melhor caminho é tirar o máximo proveito do ativo que possuem, ao invés de realizar atualizações ou migrações desnecessárias. Se a única razão pela qual você fez o upgrade é manter-se atualizado com o contrato de manutenção do fabricante, talvez seja hora de reconsiderar, especialmente quando os fornecedores desviam a atenção da base instalada para os produtos SaaS.
 
Em um data center tradicional ou em uma hospedagem de aplicações IaaS, o suporte independente fornece um modelo alternativo para preservar seus investimentos em ERP, incluindo as customizações. Existem alternativas para um suporte de melhor qualidade a custos menores, sem pressionar sua empresa a atualizar ou migrar para qualquer opção de nuvem específica. Enquanto isso, você pode adotar a nuvem para aplicações que façam sentido para a sua empresa.
 
Não se engane, o caminho para a nuvem já é uma realidade e afetará os negócios e a TI. Portanto, você precisa conhecer o Roadmap de seu fabricante de ERP e analisá-lo rigorosamente em busca de recursos que tenham uma finalidade corporativa clara. Avalie as rotas alternativas que você pode seguir enquanto o mercado de ERP na nuvem amadurece.

Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software
 

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