*Por Rodney Repullo
A eficiência da Inteligência Artificial depende do seu acesso a sistemas de dados que estejam corretamente integrados. É o que aponta uma recente pesquisa conduzida pela Salesforce – https://www.salesforce.com/news/stories/connectivity-report-announcement-2024/, que revelou que apenas 28% das aplicações, em média, estão integradas entre si, com 95% dos líderes de TI relatando problemas de integração que estão impedindo a adoção da Inteligência Artificial.
O estudo reforça que as estratégias de IA bem-sucedidas que impulsionam o retorno dos investimentos (ROI) e o seu valor comercial dependem da integração e unificação de dados que possam permitir colher os benefícios da melhoria da eficiência operacional, da produtividade e das experiências de funcionários e clientes.
Os líderes de TI esperam um aumento de 69% no número médio de Large Language Models (LLMs) que usarão nos próximos três anos, com 80% das organizações relatando que já usam vários modelos de IA preditivos e generativos hoje.
Outras constatações desta pesquisa reforçam esta necessidade dos projetos de integração de aplicações e sistemas de dados: 81% dos líderes de TI afirmam que os silos de dados estão dificultando os esforços de transformação digital; 62% relatam que seus sistemas de dados não estão configurados para aproveitar totalmente a IA; e que as solicitações de projetos da equipe de TI aumentaram cerca de 39% no último ano.
A integração quebrando rompendo os silos de dados
Há bastante tempo, os silos de dados têm sido considerados como uma das principais barreiras significativas à transformação digital e à consolidação do valor empresarial. Nesta pesquisa, 81% dos entrevistados revelaram que os silos estão dificultando os seus esforços de transformação digital e, como resultado, há uma necessidade acentuada de melhorar a integração para unificar todos os dados de negócios – os estruturados com os não estruturados -, visando para potencializar e implantar uma IA confiável e relevante para as empresas.
No entanto, as organizações não estão equipadas para harmonizar os seus sistemas de dados para aproveitar as tecnologias de IA, uma situação apontada por 62% dos entrevistados. Outros dois terços dos líderes de TI (72%) também consideram que a infraestrutura atual é excessivamente interdependente, com 62% deles reportando que a sua organização não está equipada para harmonizar os seus sistemas de dados para aproveitar as tecnologias de IA. O resultado: os insights de dados permanecem inexplorados, com 75% das organizações tentando lutar para integrar os insights de dados nas experiências do usuário.
Por sua vez, as experiências digitais dos clientes não estão totalmente preparadas: apenas 26% das organizações acreditam que fornecem uma experiência de usuário completamente conectada em todos os canais.
De onde vêm os dados, onde estão e para onde vão?
Segundo a International Data Corporation (IDC), a maioria dos dados gerados mundialmente (60%) são provenientes das empresas, tendo origem nas transações de vendas, compras, pagamentos, a partir de interações com clientes via websites, aplicativos e mídias sociais. Soma-se a isso os dados coletados de sensores IoT (Internet das Coisas), monitoramento de equipamentos, além de documentos, relatórios, e-mails, apresentações, contratos etc.
Todo este volume de dados são transportados via aplicações e sistemas diversos, tais como ERP, CRM, SCM, BI, BPM, RH, CMS, e-Commerce, internet banking e muitos mais.
Os dados isolados em cada um destes sistemas, sem qualquer comunicação entre si, resultam na incapacidade da Inteligência Artificial em atuar diretamente sobre eles. Por esta razão, o sucesso das estratégias de IA depende da sua capacidade de acesso à estrutura de sistemas estruturalmente integrados.
Ao comentar os dados da pesquisa, Param Kahlon, Vice Presidente Executivo & General Manager, afirmou: “Estes dados mostram que os líderes de TI estão cada vez mais conscientes de que a sua capacidade de operacionalizar a IA — e gerar valor para os negócios e para os clientes — dependerá da sua capacidade de integrá-la aos seus sistemas existentes para criar novas oportunidades de crescimento”.
(*) Rodney Repullo, CEO da Magic Software Brasil.
Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software