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*Por André Novo

Desde a pandemia, temos ouvido cada vez mais a palavra resiliência. Segundo os dicionários, o termo representa a capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças. É a síntese da rápida adaptação ou recuperação. E disso o brasileiro entende muito bem, não é mesmo?

Não é à toa que a frase “sou brasileiro e não desisto nunca” é uma máxima já marcada no DNA das pessoas nascidas e criadas aqui. Em um país com nada menos de 8,6 milhões de desempregados (de acordo com dados do IBGE do quarto trimestre de 2022), haja disposição para continuar lutando sem desistir em meio às adversidades.

O que não sabíamos, até então, é que os executivos do País também estão entre os mais resilientes do mundo todo, dado comprovado por uma pesquisa global do SAS chamada Resiliency Rules. Os dados apontam que os brasileiros mostram maiores níveis de resiliência do que seus pares globais: 68% acreditam ter resiliência, enquanto mundialmente o percentual é inferior: 54%. 

Historicamente as empresas brasileiras vêm trabalhando com menos recursos, o que fez com que os executivos aprendessem a importância da resiliência para competir na arena global. Eles já têm medidas de resiliência aplicadas aos seus cotidianos e priorizam analytics e IA para navegar em um ambiente em constante mudança, o que é muito positivo.

E por que é tão importante ter este tema no radar atualmente? Desafios que não devem desaparecer tão cedo, como crises econômicas, riscos ambientais, e o clima social estão provocando mudanças em um ritmo sem precedentes e, por isso, priorizar a resiliência é mais importante do que nunca. Porém, ser resiliente não é algo como lançar um novo produto no mercado ou fazer um planejamento estratégico, atividades com as quais os gestores estão habituados. Ter flexibilidade para superar mudanças abruptas, situações adversas e diferentes tipos de desafios não é para qualquer um: trata-se de uma qualidade adquirida e refinada ao longo do tempo. 

A resiliência garante que o desempenho dos negócios seja restaurado rapidamente, aumentando as chances de enfrentar os problemas contínuos com sucesso. E praticamente todos os executivos acreditam que a resiliência seja importante. No entanto, somente cerca de dois terços consideram sua empresa resiliente (65%). A boa notícia é que eles estão confiantes sobre alcançar o nível de resiliência que suas companhias precisam e fechar essa lacuna, desde que tenham a orientação adequada para implementar uma estratégia eficaz.

Boas práticas de organizações resilientes 

Ainda há um longo caminho a ser percorrido, mas acredito que alguns fatores-chave impulsionam o sucesso de executivos e empresas resilientes. Um dos principais é a priorização de analytics e IA em momentos críticos. Organizações que lideram no que diz respeito à sua capacidade de lidar com mudanças trabalham para entender como os dados que acumulam podem aprimorar a forma de atender clientes em qualquer momento, e entregar um resultado melhor. Estimular a inovação com insights de dados, portanto, é essencial para que as empresas estejam preparadas para lidar com rupturas e tenham uma rápida adaptação às mudanças do mercado.

Por outro lado, existem desafios relacionados a investimentos. Os líderes corporativos brasileiros também enfrentam dificuldades com relação à qualidade de dados e implementação, e mão-de-obra especializada. De qualquer forma, a atual lacuna não é imbatível e quase todos os executivos brasileiros estão certos de que conseguirão alcançar a resiliência (98%) e reconhecer os benefícios que ela traz. 

Nessa jornada rumo à resiliência, a alfabetização em dados, ou seja, adquirir fluência no entendimento do que é possível fazer com os dados para melhorar a gestão do negócio, é essencial. Com as soluções de inteligência analítica baseadas na nuvem disponíveis hoje, muitas organizações brasileiras entenderam que é possível buscar e utilizar insights sem a necessidade de adquirir conhecimentos técnicos específicos. O importante para o executivo, neste caso, é saber como os dados podem avançar a gestão da empresa, e deixar o restante com a tecnologia e os especialistas. 

Em um terreno mais humano, existem uma série de atributos que executivos podem lançar mão para aumentar sua resiliência, e que podem ser encontrados nas organizações brasileiras mais resilientes. Aliás, o relatório Resiliency Rules inclui regras que podem ser aplicadas com este fim. Entre elas, está a curiosidade, que é um dos valores fundamentais do SAS e está no rol de competências socioemocionais que todo gestor precisa para liderar estrategicamente. É preciso ter iniciativa e vontade de procurar o diferente, o inovador, as soluções fora da curva. Norteados por estes valores, os brasileiros se destacam no futebol, na música, nas artes – e também nos negócios. 

Nossa evolução é profundamente ancorada na curiosidade – uma busca incessante por compreensão e inovação, e na capacidade de superar adversidades, aprender com os desafios e adaptar-nos a novas circunstâncias. A intersecção desses dois conceitos – resiliência e curiosidade – entendo que seja a característica das melhores companhias brasileiras e um exemplo a ser emulado. Em meio aos desafios do presente, o estímulo à curiosidade e a construção da resiliência continuarão a ser cruciais para permitir que organizações construam e continuem uma trajetória ascendente de crescimento e desenvolvimento.

*André Novo, country manager do SAS Brasil

Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software

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