*Por Adriano Nepomuceno
A computação em nuvem tem se apresentado como uma prioridade em grande parte das empresas no mundo todo, visto que ela revolucionou a forma como as organizações e pessoas utilizam recursos computacionais, armazenam dados e executam aplicativos.
Para se ter uma ideia, de acordo com um estudo realizado pela IBM, 83% dos líderes empresariais e de TI no Brasil já implementaram nuvem híbrida com o intuito de impulsionar a evolução digital de seus negócios.
No entanto, ao abordar esta temática, é preciso primeiramente compreender os conceitos. A nuvem pode ser considerada como um aglomerado de componentes de computação, armazenamento e comunicação em rede, no qual há uma gama de recursos computacionais disponíveis a quem tiver acesso àquele ambiente em cloud.
A nuvem híbrida, por sua vez, consiste em uma nuvem privada e uma nuvem pública, ou duas nuvens públicas, ou duas nuvens privadas. Ou seja, dois ambientes desses aglomerados computacionais que não necessariamente foram construídos para servir ao mesmo fim, mas são utilizados em conjunto.
Desta forma, o conceito de nuvem híbrida é mais próximo à divisão de workloads, em que cada sistema ou operação que precisa funcionar como um todo, tem uma parte alocada em cada ambiente em nuvem, tendo a possibilidade de mover os dados de uma nuvem para a outra, e ainda assim, manter a continuidade das operações.
Os principais desafios e benefícios da nuvem híbrida
Da mesma forma que o deslocamento de workloads de um “lado para o outro” é considerado uma das maiores vantagens da nuvem híbrida, funcionando até mesmo como um método de contingência de paralisações, isso pode se tornar também o maior desafio desse modelo, visto que cada servidor opera de uma forma.
Para evitar esse problema, um ambiente de nuvem híbrida gerenciado é a solução, trabalhando como uma camada de gestão que permite a operação de todas as nuvens como se fossem apenas uma, com um só espaço de controle e linguagem unificada para o usuário.
Além disso, a nuvem híbrida gerenciada evita retrabalhos e, ainda, mitiga uma série de custos, uma vez que as equipes são mais enxutas e com capacitação padronizada, otimizando o tempo gasto no processo de desenvolvimento de um produto, popularmente conhecido como time to market da empresa. Isto mantém a companhia mais competitiva no mercado.
O custo de saída também se reduz a quase zero, já que a camada de gerenciamento torna toda a operação transparente, funcionando como uma intérprete, em que um comando serve para ambas as nuvens da companhia e o simples ato de trocar dados de uma para a outra não acarreta custos e permite que os recursos mais eficientes de cada servidor sejam utilizados.
Qual é o momento ideal para adotar a estratégia de nuvem híbrida?
Posto isso, a nuvem híbrida é comumente indicada a ambientes tecnológicos grandes e complexos, visto que nestes, os custos indiretos e invisíveis são maiores do que a camada de gerenciamento a ser inserida.
De toda forma, a maneira mais adequada de identificar a necessidade da nuvem híbrida em uma empresa é por meio do assessment que funciona como um mapeamento e avaliação do ambiente tecnológico da companhia, determinando o nível de complexidade dos sistemas e verificando o custo-benefício que a estratégia de cloud híbrida pode proporcionar à organização.
Tendências
A pesquisa Global AI Adoption Index 2022 aponta que a adoção global de Inteligência Artificial (IA) cresceu de forma constante em todo o mundo. Só no Brasil, 41% das empresas indicaram já ter implementado ativamente a tecnologia em seus negócios. Tendo em vista que a ascensão da IA impacta todo tipo de tecnologia, com a nuvem híbrida não seria diferente.
Nesse sentido, entre os benefícios que o mercado espera de otimização das estratégias de nuvem híbrida está a criação e supervisão de novas nuvens, além da automatização de tarefas, desde as recomendações, até a distribuição das cargas de trabalho e de sistemas, tudo isto com o apoio da Inteligência Artificial. Assim, a união dos conceitos será a chave para a continuidade e aumento da competitividade das empresas no mercado atual.
*Adriano Nepomuceno é Software & Cloud Sales Director da SoftwareOne, provedora global e líder em soluções de ponta-a-ponta para softwares e tecnologia de nuvem.
Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software