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Para o jovem Júlio Conceição, 19 anos, o primeiro emprego trouxe autoestima e um “momento histórico”, como ele classifica: quando pagou, com seu salário, a primeira conta.  Júlio é um dos formados pela Generation Brasil, ONG sem fins lucrativos, com sede em São Paulo, mas também presente no Rio de Janeiro, Campinas e Recife, com um programa gratuito de capacitação profissional em tecnologia para pessoas em situação de vulnerabilidade social ou econômica. A organização já contabiliza mais de 2 mil alunos formados e mais de 1.700 deles empregados. 

A ONG prioriza a diversidade e a inclusão de mulheres, negros e pessoas LGBTQIAPN+ no mercado de trabalho. Letícia Zimerer, 23 anos, também ex-aluna, constatou em seu novo trabalho ter, além dela, apenas outra mulher na equipe. Mesmo assim, em nenhum momento se sentiu diminuída e, ao crescer na carreira, “quer inspirar outras mulheres a trabalharem na área de tecnologia”, afirma. 

Ansiosa para conseguir um emprego na área de desenvolvimento, é como Bianca Luna se define. Aos 25 anos, ela é uma mulher trans e concluiu sua formação na Generation Brasil em junho. “Sempre tive afinidade com tecnologia, desde criança “, conta Bianca, que mora com sua família no interior de São Paulo. Agora, seu foco é tentar entrevistas em empresas e buscar uma faixa salarial entre R$ 3 mil a R$ 4 mil reais. 

Mas ela sabe que vai enfrentar um mercado ocupado, predominantemente, por homens brancos e com pouco espaço para grupos sub-representados na área de tecnologia e espera encontrar empresas que busquem funcionários LGBTQIAPN+. “Essa discriminação é algo que necessita de um fim. Existem pessoas dentro do recorte de diversidade que são extremamente habilidosas e só precisam de uma oportunidade. No caso das pessoas trans, a maioria, infelizmente, não possui apoio de suas famílias. Muitas vezes, precisam optar por trabalhos informais e até mesmo ilegais, o que contribui para uma maior discriminação e menor empregabilidade”, analisa.  

DIVERSIDADE 

Em geral, os cursos da Generation Brasil são realizados em parcerias com empresas, como Microsoft, Zé Delivery e SumUp. Na turma com a SumUp, atualmente em andamento, dos 40 alunos, 76% são mulheres, 71% são negros ou pardos, 36% são pessoas LGBTQIAPN+. Quanto à renda familiar, 45% estão na faixa de até R$ 2 mil. 

Para Adriana Carvalho, CEO da Generation Brasil, “faz parte da nossa missão contribuir para a qualificação e diversidade do mercado. E é gratificante sabermos da mudança positiva que provoca na vida das pessoas”. 

Segundo relatório da Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais), de dezembro de 2022, há 1,1 milhão de profissionais no setor, no Brasil, dos quais 61,4% são homens. Em termos raciais, apenas 11,6% dos profissionais são mulheres negras e 18,4% são homens negros; homens e mulheres brancos respondem por 53%. 

SOBRE A GENERATION BRASIL 

A Generation Brasil é uma Organização Não Governamental (ONG) sem fins lucrativos e tem como missão transformar vidas através da educação para o emprego, com o maior programa gratuito de capacitação profissional e empregabilidade do mundo. Presente em mais de 15 países, atua no Brasil desde 2019, nas cidades de São Paulo, Campinas, Recife e Rio de Janeiro. Atualmente, atua no setor de tecnologia, oferecendo cursos de programação para adultos em situação de vulnerabilidade social ou econômica e já contabiliza mais de 2 mil alunos formados e mais de 1.700 deles empregados. Prioriza a diversidade e a inclusão de mulheres, pessoas pretas e a comunidade LGBTQIAPN+.

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