O Gartner prevê que os gastos governamentais com TI em todo o mundo deverão chegar a US$ 588,9 bilhões em 2023, o que representa um aumento de 6,8% em relação a 2022
*Por Thiago Spósito
Segundo dados divulgados em setembro de 2022 pelo Instituto Gartner, as compras de tecnologia no setor Público levam, em média, cerca de 22 meses para se efetivarem. Ou seja, indica um ciclo de adoção de tecnologia mais longo nos órgãos de Governo em comparação com outros setores econômicos. Logo, criar um ecossistema de TI Híbrida não é trabalho de uma legislatura, mas, sim, de uma política de estado.
O Gartner prevê que os gastos governamentais com TI em todo o mundo deverão chegar a US$ 588,9 bilhões em 2023, o que representa um aumento de 6,8% em relação a 2022. Segundo a consultoria, os governos buscarão modernizar a infraestrutura legada de TI e realizar investimentos em acesso a serviços digitais, buscando diminuir o gap para com os serviços prestados pelas empresas privadas.
Iniciativas como migração de serviços para ambientes em Nuvem, modernização de aplicações e fortalecimento da segurança da rede estão entre as principais prioridades. A ideia é que a inovação nas quais os governos estão focados sirva para melhorar o envolvimento e a satisfação dos usuários.
O Governo de Michel Temer (2016 – 2018) já havia sinalizado um caminho ao cloud computing com algumas compras, seguidas por outras aquisições até hoje no mandato Jair Bolsonaro (2019 – 2022). Já no orçamento de 2023 está uma contratação estimada em R$ 530 milhões que envolve a nova versão da nuvem pública da Secretária do Governo Digital.
Uma versão revisada da Estratégia Brasileira para a Transformação Digital (E-Digital) foi publicada pelo governo federal com a proposta de ações estratégicas na área até o ano de 2026. Elaborada por um comitê interministerial (o CITDigital), a estratégia foi concluída em meio à transição de governo das gestões de Jair Bolsonaro e Lula (2022/2023). Nela, está a criação de uma Política Nacional de Interoperabilidade em diversos níveis, com a utilização de mecanismos de contratação pelo setor público para atrair data centers para o país.
Não podemos esquecer que ainda estamos movidos pela pandemia e os gargalos das cadeias de suprimentos ainda estão atados e qualquer hardware ou peça demora para chegar. Além de perdermos em agilidade, o câmbio desfavorável somado ao tempo de entrega gera um problema de custo e de planejamento para adoção das tecnologias.
Acredito que tem espaço para todo mundo. Uma gestão eficiente no modelo híbrido é melhor do que a adesão a plataformas unicamente em cloud ou on premise, dando opção para que os governos não fiquem reféns de qualquer modelo ou preço. Estamos vivendo uma oportunidade ímpar para criarmos um modelo de armazenamento hiperconvergente na esfera pública, tendo como foco a melhoria do ambiente crítico de hospedagem dos serviços públicos e a segurança de uma explosão de identidades digitais para proteger os dados da população.
*Thiago Spósito, é Sócio da Add Value
Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software