*Por Fábio Jardim
Implementar tecnologias emergentes em alguns departamentos ou mesmo digitalizar uma pequena parte dos processos, não significa que a empresa tenha, de fato, ingressado em uma jornada de transformação digital.
E mais preocupante do que não aderir a essa evolução é justo iniciá-la de maneira inadequada, gerando silos de modernização que nem mesmo se conversam.
O fato é que ainda hoje, muitas organizações não sabem por onde começar e, pressionadas por demandas de diversas áreas acabam por adotar soluções pontuais. A implementação de tecnologias diversas e de forma fragmentada impõe, em médio prazo, uma série de desafios: exige a capacitação das equipes em variados sistemas, torna a gestão mais complexa e ainda aumenta os riscos de segurança. Isso sem falar na dificuldade de integração, que também torna a estrutura mais suscetível a falhas e nos custos que resultam de todos os demais itens citados acima.
Por essas e outras, é essencial ter um olhar mais abrangente quando se fala em transformação digital. É preciso traçar um plano, uma estratégia que vai nortear as ações. No lugar de ter diversas tecnologias de conectividade, por exemplo, a empresa deve eleger uma ou duas com base nas quais vai construir suas aplicações.
Essa lógica deve se replicar para as demais camadas que compõem a infraestrutura (de dados, de devices, etc). Com as camadas bem delimitadas, a empresa consegue construir suas aplicações de maneira mais segura, escalável, integrada e eficiente.
Neste cenário, a escolha de um parceiro que consiga orientar esse olhar mais holístico é um ponto crítico, e deve ser fundamentada em sua experiência, conhecimento e credibilidade.
A transformação digital é contínua e não há uma receita de bolo, por isso é preciso olhar para a realidade da empresa para então detectar qual a solução mais adequada e impactante para sua necessidade, olhando isso dentro de um espectro maior. Não se trata apenas de implementar uma solução Wi-Fi, por exemplo, para resolver uma questão de conectividade, é observar como essa solução vai suportar as aplicações que surgirão, desenvolvendo cada projeto dentro de um contexto maior.
Por isso, o primeiro passo para promover o que chamamos de transformação digital é avaliar todo o ambiente existente, identificar os pontos críticos que devem ser automatizados e a necessidade de digitalização de variados aspectos da operação.
O ritmo dessa transformação e sua complexidade vai depender do nível de maturidade tecnológica da empresa, facilmente identificada em um assessment inicial.
O assessment servirá de ponto de partida para o desenho da jornada que vem a seguir. Uma trajetória pensada, planejada e integrada, que considera todas as camadas tecnológicas – os dispositivos e a sua conectividade, a plataforma de gestão e de tratamento de dados e dos dispositivos e as aplicações de dados e inteligência artificial. Cortes de caminhos, para se ter uma solução de “silo”, poderá te levar a uma “cilada”.
*Fábio Jardim, gerente sênior de Tecnologia da unidade de negócios de IoT na Logicalis Brasil
Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software