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*Por Waldir Bertolino

Recentemente, tanto o mercado de food & beverage quanto os consumidores se depararam com a alta no preço dos alimentos e dos insumos para a produção industrial. A alta registrada foi estimulada por fatores diversos, embora interligados, incluindo aumento dos custos com combustível, mudanças climáticas ou condições meteorológicas imprevistas que afetaram as safras ao longo do ano de 2022. É importante ressaltar que esses desafios não estavam restritos ao Brasil. Nos Estados Unidos, o índice que calcula os preços da economia americana atingiu a marca de 7,7% nos 12 meses encerrados em outubro, o que representa a maior taxa em quase 40 anos. Por isso, é possível prever que o cenário de alta dos preços continuará impactando o setor alimentício em 2023.

Além disso, os consumidores também se tornaram mais atentos à sua saúde e a busca por alimentos mais saudáveis passou a ser essencial na sua rotina. Essa mudança comportamental vem exigindo das empresas alimentícias uma compreensão maior sobre as preferências e demandas dos clientes e a pressão por qualidade e segurança alimentar é cada vez maior.  

Todos esses fatores vão continuar preocupando as empresas do setor e serão determinantes para o sucesso ou fracasso das organizações em 2023. Para cenários complexos como esse, a bala de prata será o investimento em tecnologias de ponta para modernizar processos de fabricação e otimizar a operação da cadeia de suprimentos. Listo abaixo as principais tendências para a indústria de alimentos e bebidas em 2023.

Agilidade da cadeia de suprimentos: um futuro imprevisível é a única certeza que temos para a cadeia logística. Juntamente com a inflação dos preços e outros fatores externos, como tensões geopolíticas e escassez global de chips, a cadeia de suprimentos de alimentos e bebidas precisa de agilidade no planejamento para detectar problemas rapidamente e atender à demanda de forma eficiente. 

As empresas do segmento devem diversificar ainda mais suas opções de matérias-primas e fornecedores em 2023 para compensar as possíveis interrupções no fornecimento. As companhias precisarão atender à demanda com a maior precisão possível para garantir operações tranquilas e a satisfação dos consumidores. 

Automação da fabricação: dada a pressão para atender a alta demanda por produtos, as organizações de alimentos e bebidas precisarão investir em tecnologias da Indústria 4.0 para otimizar os seus processos de fabricação. O melhor exemplo é o uso de reconhecimento de imagem por meio de aprendizado de máquina (ML) para que os robôs possam automatizar tarefas manuais como classificação, corte e fatiamento.

Ascensão da inteligência artificial: as soluções de inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina (ML), trabalhando em conjunto a nuvem, terão maior adesão em diversos setores da indústria, mas é no laticínio que veremos uma maior ascensão dessas tecnologias. As soluções de IA são capazes de fornecer insights preciosos que ajudam na tomada de decisão dos gestores, que passam a ter uma ferramenta eficiente para controlar a quantidade certa de leite a ser produzida, evitando desperdício e acúmulo do produto nas propriedades.

Inovação alimentar: trocar ingredientes, comprar de fornecedores alternativos e diminuir os tamanhos das embalagens será uma tendência forte no próximo ano. A inovação aplicada nos processos de produção de alimentos é uma alternativa para empresas que desejam se destacar no mercado, mas também é uma forma de contribuir com o meio ambiente e com a saúde dos consumidores.  

Pressão pela sustentabilidade: À medida que a mudança climática se torna uma ameaça mais grave e a pressão pela sustentabilidade será ainda maior, a indústria de alimentos e bebidas precisa considerar estreitar o relacionamento com fornecedores locais e se apoiar em novas tecnologias para reduzir o desperdício de energia, água e alimentos. 

Como vimos, essas tendências já norteiam os passos do segmento há alguns anos. Entretanto, com todas as mudanças que estamos vivendo nos últimos meses, eles vão ganhar ainda mais relevância em 2023. E será fundamental que as empresas estejam alinhadas com esses direcionamentos, não apenas para manter a competitividade em alta, mas também para atender às necessidades e expectativas dos clientes.  

*Waldir Bertolino é Country Manager da Infor

Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software

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