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*Por Leandro Campos

De acordo com dados da Embrapa, nas últimas cinco décadas, a produção de leite no Brasil cresceu cerca de sete vezes, saltando de cinco para, aproximadamente, 35 bilhões de litros por ano. Junto a isso, a busca por novas tecnologias tem se intensificado na intenção de apoiar o aumento da produtividade, da eficiência e da sustentabilidade da produção de leite.

A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que o mundo terá 9,7 bilhões de habitantes em 2050, o que irá dobrar a quantidade de proteína animal consumida atualmente, sendo o leite considerado uma importante fonte desse tipo de alimento. Considerando o universo da pecuária 4.0, em especial das indústrias de lácteos, um caminho para esse desafio é adotar tecnologias, como a Inteligência Artificial (IA), para que seja possível acompanhar, por meio dos dados, toda a expansão e a evolução do setor.

Mas, para entender melhor como essa solução influencia em diversas tomadas de decisões, é preciso conhecer o fluxo da produção. Tudo começa na coleta de leite a partir dos tanques localizados nas fazendas dos produtores. Ainda neste processo, é possível reunir dados como temperatura e qualidade, volume de produção e localização geográfica. Além disso, outra origem de captação de dados é por meio do próprio produtor ou colaborador da fazenda, que apontam a produtividade por animal, as ocorrências de doenças e os gastos dentro da propriedade.

De posse desses dados, a Inteligência Artificial é capaz de transformá-los em informações estratégicas para o laticínio por meio de relatórios e dashboards. Essa gestão acontece praticamente em tempo real e as indústrias podem acompanhar as informações de volume fazendo comparações sobre a quantidade de leite prevista e o que foi realizado por região, assim como outros pontos de interesse, como temperatura e quais fornecedores não foram coletados dentro do previsto, o que torna possível tomar decisões e evitar baixa produção pelas unidades fabris ou o acúmulo de leite nas propriedades.

Além das questões sobre a produção em si, a Inteligência Artificial também consegue acompanhar o bem-estar dos animais, fazendo apontamentos como sua temperatura e do ambiente em que vive.

As indústrias de lácteos, a cada dia que passa, compreendem a importância de investir nestas soluções, entendendo menos como custo e mais como investimento. Obter assertividade nas tomadas de decisões, possibilita aumentar a eficiência e a competitividade na área industrial, tornando um caminho acessível para este setor.

A Inteligência Artificial vem para aperfeiçoar toda a cadeia do leite. Os processos, quando automatizados, impactam a cadeia promovendo uma gestão mais produtiva e eficiente para atender, cada vez melhor, o mercado de lácteos, isto é, desde o produtor até o consumidor final.

*Leandro Campos é gerente comercial na Engineering, companhia e consultoria global de Tecnologia da Informação especializada em Transformação Digital.

Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software

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