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Por Cezar Taurion, head & partner da Digital Transformation & Economy at KICK Ventures/VP de Inovação Instituto Smart City Business America

 

A Inteligência Artificial já está em condições de reconhecer objetos em vídeos e fotos, emoções em um rosto humano, traduzir diferentes línguas, dirigir um veículo, pilotar um drone, detectar sinais de câncer nos pulmões com mais eficiência que um médico, detectar sinais de pragas nas colheitas, detectar malware e inúmeras outras aplicações. Para mim está claro que estamos diante de um ponto pivotal na sociedade. A revolução digital está nos proporcionando uma avalanche de mudanças tecnológicas que tem o potencial de redesenhar a própria essência da sociedade e claro, as empresas, seus modelos de negócio e as profissões. O desafio é muito grande e temos que entender a dinâmica destas transformações para não sermos levados por ela, mas sim, a conduzirmos.
 
O impacto da IA não pode e nem deve ser subestimado. O que já vemos nos mostra que provavelmente a humanidade mudará tanto nos próximos 20-30 anos como nos 300 anos anteriores. Vocês conseguem imaginar como era o mundo em 1718? Alguém naquela época conseguiria sequer imaginar um automóvel? E ainda por cima sem motorista? A internet? Um smartphone? Qualquer menção a estas bruxarias seria alvo de inquisição.
 
Indiscutível que a IA vai afetar a sociedade e o emprego como conhecemos. A automação, em seu início, afetou as linhas de produção nas fábricas. Agora o risco de desemprego afeta funções que antes eram reservadas aos humanos. Por exemplo, motorista de caminhão. É um dos trabalhos mais comuns no mundo todo. São 3,5 milhões deles nos Estados Unidos e aqui no Brasil temos mais de um milhão registrados para o transporte de carga.  O governo holandês já realizou um teste bem-sucedido de caminhões sem motorista cruzando a Europa.
 
O Uber pagou US$ 680 milhões para comprar a Otto, uma startup que desenvolve tecnologia para caminhões autônomos e que foi fundada por especialistas de IA do próprio Google. A consultoria McKinsey previu que dentro de oito anos, um terço de todos os caminhões na estrada serão autônomos, rodando sem motoristas. Em talvez 15 anos, o motorista de caminhão, como o ascensorista, será um anacronismo. O Uber investiu no Otto não apenas para operar caminhões, mas porque quer operar frotas de carros autônomos. Em setembro de 2016, começou a testar essa frota em Pittsburgh. O serviço postal do Canadá quer enviar aviões não tripulados em vez de vans para entregar correio rural.
 
Os avanços na inteligência artificial e robótica estão impulsionando uma nova era automatização inteligente, que será um importante motor de disrupção nos próximos anos. A IA afetará as empresas, empregos, sociedade e a economia. Obrigará a revisão da atual formação educacional, e demandará fortes ações por parte de governos e das empresas. É essencial que as corporações de todos os setores de negócio compreendam seu impacto potencial ou ficarão para trás. IA não é coisa de nerd ou de cientistas, mas deve estar nas reuniões do board e do CEO.
 
Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software.
 

 

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