O impacto da IA não pode e nem deve ser subestimado. O que já vemos nos mostra que provavelmente a humanidade mudará tanto nos próximos 20-30 anos como nos 300 anos anteriores. Vocês conseguem imaginar como era o mundo em 1718? Alguém naquela época conseguiria sequer imaginar um automóvel? E ainda por cima sem motorista? A internet? Um smartphone? Qualquer menção a estas bruxarias seria alvo de inquisição.
Indiscutível que a IA vai afetar a sociedade e o emprego como conhecemos. A automação, em seu início, afetou as linhas de produção nas fábricas. Agora o risco de desemprego afeta funções que antes eram reservadas aos humanos. Por exemplo, motorista de caminhão. É um dos trabalhos mais comuns no mundo todo. São 3,5 milhões deles nos Estados Unidos e aqui no Brasil temos mais de um milhão registrados para o transporte de carga. O governo holandês já realizou um teste bem-sucedido de caminhões sem motorista cruzando a Europa.
O Uber pagou US$ 680 milhões para comprar a Otto, uma startup que desenvolve tecnologia para caminhões autônomos e que foi fundada por especialistas de IA do próprio Google. A consultoria McKinsey previu que dentro de oito anos, um terço de todos os caminhões na estrada serão autônomos, rodando sem motoristas. Em talvez 15 anos, o motorista de caminhão, como o ascensorista, será um anacronismo. O Uber investiu no Otto não apenas para operar caminhões, mas porque quer operar frotas de carros autônomos. Em setembro de 2016, começou a testar essa frota em Pittsburgh. O serviço postal do Canadá quer enviar aviões não tripulados em vez de vans para entregar correio rural.
Os avanços na inteligência artificial e robótica estão impulsionando uma nova era automatização inteligente, que será um importante motor de disrupção nos próximos anos. A IA afetará as empresas, empregos, sociedade e a economia. Obrigará a revisão da atual formação educacional, e demandará fortes ações por parte de governos e das empresas. É essencial que as corporações de todos os setores de negócio compreendam seu impacto potencial ou ficarão para trás. IA não é coisa de nerd ou de cientistas, mas deve estar nas reuniões do board e do CEO.
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