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Por Marcelo Bernardino, diretor executivo de Indústria e Consumo da Indra no Brasil

 

Que o blockchain começa a se estabelecer como uma aposta estratégica de futuro para as empresas não é nada novo. Já faz anos que o setor bancário aposta nesta tecnologia que permite compartilhar informação digital de maneira segura e transparente e, o que é mais importante, fazer transferências (sejam elas bancárias ou de outros tipos) entre duas pessoas sem a necessidade de um terceiro, como ocorria até agora, com todos os benefícios possíveis em matéria de segurança e confiança para ambas as partes. Trata-se de uma revolução que reclama também seu espaço no setor do varejo. Finalmente, existem poucas coisas que sejam tão revolucionárias como os próprios consumidores.
 
Hoje em dia, a transformação digital está por todas as partes e, associadas a ela, surgem tecnologias que estão mudando a forma de fazer e conceber os comércios em busca de uma maior rentabilidade e benefício. O blockchain pertence a este âmbito, mas seu potencial vai mais além. Sim, já existem aplicações de controle que podem operar através de sistemas de base de dados, mas o blockchain aporta um enfoque diferenciador, mais colaborativo, transparente e totalmente confiável. Com um crescimento exponencial, sua aplicação é inevitável na evolução que atualmente está vivendo este setor.
 
Trata-se de uma tecnologia que pode fazer a diferença em toda a cadeia de valor das empresas. Por exemplo, em produtos de marca, um registro digital em blockchain pode ser associado ao objeto físico (mediante etiquetas inteligentes), para proporcionar garantia de autenticidade e rastreabilidade de bens, tanto na cadeia de fornecimento como para a venda e pós-venda. A Indra conta com uma solução end-to-end que permite instalar um código no produto para rastrear seu histórico desde o momento da fabricação, recolhendo diferentes aspectos relacionados à autenticidade, propriedade e garantia, assim como com o monitoramento de peças ou características do produto sujeitas à reparações. Em outras palavras, é como se agisse como uma impressão digital que nos permite saber, a cada momento, a rastreabilidade do produto: onde está e o que está acontecendo. E isto é fundamental para a rentabilidade do negócio, que pode estabelecer um novo canal de comunicação com os consumidores, já que lhes permite obter conhecimento em profundidade sobre os produtos e realizar compras com mais informação, contribuindo para sua fidelização e reduzindo custos associados a atrasos e erros humanos.
 
Em definitiva, falamos de uma tecnologia que aporta valor a toda a cadeia de fornecimento, desde que o produto é uma matéria-prima até que chegue às mãos do consumidor, e que pode ser aplicada a todos os setores e negócios. Por exemplo, em consumo, garante a origem do produto e que há seguido processos de produção socialmente responsáveis, com um grande potencial em setores sensíveis como o da alimentação orgânica, certificando a origem e qualidade; ou o monitoramento da cadeia de fornecimento no caso de produtos frescos.
 
Também em luxo e moda, seu principal aporte consiste em garantir a autenticidade da peça ou acessório, de maneira que se apresente como um filtro indispensável no momento de combater o alto grau de falsificações presentes em alguns países. Além disso, no ramo da joalheria, pode certificar que, por exemplo, um diamante não procede do mercado negro ou tenha sido roubado; ou no de arte, legitimando a origem da obra. Inclusive o mercado de segunda mão pode ser beneficiado, já que garante a autenticidade e a origem do produto na venda e, por isso, incrementa e assegura a confiança do consumidor.
 
Avanços que supõem um ponto de inflexão para as transações comerciais. Mas as possibilidades do blockchain se ampliam e inclusive podem chegar a outro tipo de relações de negócio, como é o caso dos Contratos Inteligentes (Smart Contracts), aqueles acordos que tem a capacidade de se executarem automaticamente uma vez que tenham sido definidos pelas partes. Seu conceito não é algo novo, mas graças ao blockchain e a tecnologia de cadeia de blocos, sua execução é mais possível que nunca, ajudando as relações profissionais e tornando possível, por exemplo, a formalização de acordos entre varejistas e fornecedores em todo o mundo, com condições de imutabilidade, segurança e transparência únicas. Sem dúvida, é um passo qualitativo nos processos de negócio que, até o momento, eram estabelecidos pelos comerciantes e vendedores.
 
A tecnologia está aí. O blockchain, insisto, não é algo novo ainda que sua utilização quem sabe o seja. A inovação de nada vale se, no final, não encontra uma aplicação real. Por isso, mais além de previsões, avaliações e análise de tendências, é importante que as empresas adotem esta nova tecnologia e sejam conscientes dos benefícios que ela pode aportar ao negócio. Na Indra, tiramos vantagem desta tecnologia graças a uma oferta que incorpora ativos tecnológicos, experiência real e visão estratégica. Já não falamos de blockchain. Fazemos blockchain.
 
Certamente, o futuro é promissor e o setor varejista assiste a uma nova revolução na qual as tecnologias, algumas emergentes e outras já perfeitamente aplicáveis, se estabelecerão como a força motora de toda essa mudança. Contudo, todo avanço deve ser abordado e liderado com as melhores soluções e com os parceiros que saibam aproveitar essas capacidades e as coloquem a serviço de seus clientes. Porque essa é a verdadeira chave da inovação tecnológica. Que muito além do que promete, seja a chave do futuro para tornar a transformação das empresas em algo real, de ponta e que, acima de qualquer coisa, suponha um impacto real para a conta de resultados. Sem ele, não há revolução possível.

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