*Por Rafael D’Agostino Garcia
Criado para fortalecer as análises e opções de crédito, o Cadastro Positivo se trata de uma fonte de dados sobre adimplemento, que são os compromissos financeiros assumidos por pessoas e empresas, tanto os que já foram pagos como os que estão em andamento e também são consideradas informações relacionadas ao pagamento de contas de consumo. Os bureaus de crédito que são gestores do Cadastro Positivo recebem essas informações das empresas que realizam negócios e operações com os consumidores.
A ideia de implementar esse sistema beneficia as duas pontas de uma transação comercial. Com isso, as empresas que fazem a liberação de crédito conseguem saber se determinada pessoa está pagando ou não suas dívidas em dia, além de ser possível ter uma avaliação profunda sobre o grau de risco de inadimplência que cada pessoa oferece. Ou seja, é possível oferecer opções de crédito de acordo com cada perfil. Por outro lado, os bons pagadores costumam ser premiados com a oferta de boas taxas de juros e facilidades na hora de tomar o crédito.
Outro ponto importante é que o Cadastro Positivo pode ajudar no combate aos golpes digitais. Na fraude de subscrição, comum no mercado de Telecom, Bancos e Varejo, criminosos conseguem contratar serviços utilizando dados cadastrais ou identidades sintéticas, que combinam informações falsas e verdadeiras. Uma maneira de garantir que o usuário é realmente quem diz ser é solicitar informações específicas para autenticar as aberturas de cadastros e contas digitais e nos processos de troca ou recuperação de senha ou login.
A Serasa Experian, por exemplo, criou um KBA (Knowledge Based Authentication) com acesso exclusivo aos dados do Cadastro Positivo. Se trata de um quiz antifraude com perguntas personalizadas e desenhadas para cada etapa da jornada do cliente. É uma solução com questões randômicas, que mesclam perguntas cadastrais com informações positivas e geram um score final de risco. O sistema leva em conta até o tempo que a pessoa demorou para responder.
São solicitados dados específicos ao usuário, como a data de vencimento da fatura do seu cartão de crédito ou o banco em que possui conta. Essa dinâmica aumenta a segurança relacionada à autenticação sem afetar a experiência do cliente.
Uma questão que se tem falado muito também é o Open Banking. Como pode trazer benefícios para os correntistas que permitirem o compartilhamento de suas informações entre instituições autorizadas pelo Banco Central, pois terão ofertas personalizadas e condições especiais a partir de seu histórico financeiro.
Os dados positivos são inclusos pelos bureaus de crédito automaticamente. Por não saberem de todo potencial que eles oferecem, algumas pessoas podem acabar pedindo a exclusão do nome nesse banco de dados. Mas, acredito que é fundamental divulgar todas as vantagens do Cadastro Positivo, já que a ferramenta contribui para a análise de concessão de crédito e ainda pode ser usada em uma camada antifraude.
*Rafael D’Agostino Garcia é gerente executivo de Prevenção à Fraude da Serasa Experian