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*Por Juan Fernandes 

As tecnologias disruptivas precisam de outras tecnologias ou soluções para ajudá-las a realizar as maravilhas que prometem. Alguns casos de uso da IoT só são possíveis, por exemplo, usando o 5G, que por sua vez não pode operar por conta própria e precisa de outros “agentes”, como a  Multi-access edge computing (MEC).

Para descrever melhor a situação, vou dar alguns exemplos, que, com certeza, você já ouviu falar  smart manufacturing smart cities. Esses dois conceitos utilizam um conjunto de tecnologias avançadas, tais como robótica, inteligência artificial (IA), realidade aumentada (AR), Internet das coisas (IoT) e nuvem, para obter soluções tecnológicas que proporcionem maior otimização de custos, processos, segurança, diminuição de desperdício, entre outros benefícios.

Desta forma, onde anteriormente apenas operadores experientes podiam dizer quando uma máquina precisava de atenção ou reparo, os sensores IoT, na indústria 4.0, podem sinalizar as exigências de manutenção antes que elas falhem, reduzindo o tempo de parada. Basicamente, os dados da internet das coisas alimentam os programas de IA e aprendizagem de máquinas, de modo que as decisões cruciais podem ser executadas.

Já quando falamos de smart cities, temos uma área urbana que utiliza tecnologias e redes para ajudar a melhorar a gestão local de serviços e infraestrutura, reduzindo os custos operacionais e fornecendo serviços e compartilhamento de informações melhores e mais rápidos. E conforme a urbanização se acelera, as cidades inteligentes provavelmente assumirão ainda mais relevância – de acordo com um relatório da Technavio, esse mercado deverá movimentar cerca de 2,1 trilhões de dólares até 2024.

Em ambos os exemplos, de smart manufacturing e smart cities, toneladas de dados precisam ser coletadas de sensores e câmeras de vídeo, e processados por aplicações e serviços em nuvem antes que uma decisão ou ação ocorra. E é aqui onde a latência se faz muito importante e a MEC tem a sua atuação.

A computação de múltiplos acessos aproxima os recursos tecnológicos do usuário final. Os dados são processados e armazenados na borda da rede, não em algum centro de dados distante, reduzindo significativamente a latência. Desta forma, a MEC fornece tanto um ambiente de serviços de TI quanto capacidades de computação em nuvem para facilitar a operação da empresa, em tempo real.

Assim, o 5G, com seu potencial para velocidades mais rápidas, menor latência e maior largura de banda, e a MEC, podem juntos ajudar a aproximar o processamento de dados do usuário final.

Se voltarmos ao exemplo da cidade inteligente, com potencial para menor latência e para conectar mais dispositivos por metro quadrado, 5G e MEC poderiam ajudar a suportar a proliferação e escalabilidade de sensores e coleta de dados em um ambiente urbano, ajudando assim a reduzir os custos operacionais. Além disso, o potencial de menor latência e o advento da rede privada – para priorizar e segmentar certos fluxos de tráfego sobre outros – podem permitir casos de uso completamente “novos”, tais como carros conectados e veículos com direção própria.

Mas então, você precisa de uma arquitetura 5G para MEC? A resposta é simples: não é necessário. Enquanto os serviços 5G, eventualmente, exigirão capacidades de computação de ponta com vários acessos, você não precisa da arquitetura 5G para a multi-access edge computing. Na verdade, é possível implantar a computação de borda móvel em uma rede 4G e usá-la como ponto de lançamento para 5G, se decidir migrar mais tarde.

A MEC oferece aos provedores de serviços de comunicação (CSP) e às empresas a capacidade de hospedar aplicações e manter os dados locais para minimizar a latência e maximizar a eficiência. A solução pode ser implantada e utilizada na borda da rede da operadora móvel e as implantações dentro das instalações do cliente gerenciadas ou hospedadas pelas operadoras ou por provedores de nuvem, como Cloud Edge da AWS, Microsoft Azure, ou Google Cloud.

Assim, os CSP não precisam esperar pela 5G para começar a competir por serviços de 5G que requerem grande quantidade de largura de banda, baixa latência e segurança localizada. Eles podem começar na borda e se preparar para o próximo passo. 

* Juan Fernandes, gerente de tecnologia da Logicalis 

Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software

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