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* Por Dra. Denise Basow

O novo coronavírus proliferou por todo o mundo à velocidade da luz, estimulando uma explosão de novas informações médicas nos últimos 18 meses. As equipes de cuidados na linha de frente estavam desesperadas para encontrar diretrizes mais recentes para tratar o fluxo de pacientes que passavam por seus departamentos de emergência, mas muitas vezes também se também se deparavam com informações incorretas que poderiam prejudicar seus pacientes.

Da mesma forma, os pacientes se esforçavam para entender em quais fontes de informação podiam confiar para que pudessem proteger a si próprios e a seus entes queridos.

A OMS identificou esse dilúvio de informações, ou “pandemia de informações”, como um grande problema para a saúde global.

De acordo com a OMS, a definição de uma pandemia de informações é “o excesso de informações, incluindo informações falsas ou enganosas em ambientes digitais e físicos durante o surto de uma doença, o que pode causar confusão e comportamentos de risco que podem prejudicar a saúde, além de gerar desconfiança nas autoridades de saúde, prejudicando a resposta ao público”.

Considere que, em 31 de janeiro de 2020, foram publicados 50 estudos sobre coronavírus em 20 dias — um progresso notável. Atualmente, existem mais de 150 mil estudos sobre o coronavírus, com algumas estimativas de até 400 mil, se incluirmos jornais pré-impressos e outras literaturas indefinidas.

É fundamental que alguém dê sentido a todas essas informações para que sejam úteis no tratamento de pacientes, pois há uma margem de erro significativa quando se considera a imensa pressão para fazê-lo o mais rápido possível para salvar vidas.

Embora grande parte da minha carreira tenha sido focada em colocar as informações mais recentes baseadas em evidências nas mãos da comunidade médica para promover melhores cuidados em todos os lugares, não podemos esquecer que os pacientes são uma parte extremamente importante da equipe de cuidados de saúde.

Eles também precisam das informações corretas — e essas informações devem estar alinhadas com as evidências que suas equipes de cuidados estão usando para tomar decisões de tratamento.

Combate à desinformação

Felizmente, há um caminho claro para combater a desinformação – que pode levar a uma pandemia de informações – e é fundamental que a comunidade de saúde o entenda e o aceite agora, para mitigar ocorrências futuras:

– Ouça as comunidades — de médicos e pacientes — para saber quais são suas dúvidas e preocupações específicas.

– Coloque os fatos nas mãos dessas comunidades para que elas possam avaliar o risco com precisão, sobretudo em torno das novas vacinas para combater a COVID-19.

– Promova uma compreensão ampla da capacidade da Internet de produzir informações boas e ruins para construir resiliência à desinformação.

– Forneça ferramentas que capacitem as comunidades a agir, como instruções sobre como distinguir o que é fato e o que é ficção e tudo o que for indefinido.

Ao redor do mundo, todas as pessoas, desde funcionários do governo e de saúde pública a profissionais de saúde, líderes comunitários e pacientes, precisam de ajuda para determinar quando é apropriado agir (ou não agir) com base nas evidências científicas.

Todos devem ter acesso a informações baseadas em evidências que informam suas decisões e a tecnologia deve ajudar a facilitar, e não impedir, esse acesso.

Podemos e devemos aprender com a pandemia de informações sobre a COVID-19 para melhorar a resposta futura da saúde pública.

* Dra. Denise Basow, CEO de Efetividade Clínica da Wolters Kluwer, Health

Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software

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