Por Fabiana Rosa, Gerente de Comunicação e Responsabilidade Corporativa da Indra no Brasil
No entanto, esta revolução não se encontra igualmente disponível para toda a sociedade. Pessoas com deficiência física têm visto poucos avanços – e bastante tardios – desta onda tecnológica, acessando de forma parcial, limitada e incompleta os recursos tecnológicos disponíveis. Com mais de 200 milhões de habitantes, a população com alguma deficiência física no Brasil ultrapassa os 22%. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 10% da população tem algum tipo de deficiência e 80% vivem em países em desenvolvimento. Na América Latina e Caribe esse número corresponderia a 85 milhões de pessoas.
É justamente no âmbito da inclusão de pessoas com algum tipo de deficiência que as empresas de TI têm a oportunidade única de exercer o papel de cidadão corporativo, criando tecnologias que ajudem a sociedade avançar. Uma das principais empresas globais de tecnologia, a Indra, tem como um de seus objetivos utilizar a inovação e o desenvolvimento tecnológico como ferramentas para uma maior integração social.
Por meio das Tecnologias Acessíveis, modelo de parceria que permite a interação entre a multinacional e universidades, a Indra busca diminuir estas brechas digitais desenvolvendo soluções e serviços inovadores na área da acessibilidade e inclusão. Com mais de 50 projetos desenvolvidos nos últimos 15 anos, são muitos os exemplos de ferramentas que contribuíram para melhorar o acesso das pessoas com deficiência à tecnologia. Estas soluções de êxito já registram mais de 450.000 downloads de 95 países, incluindo o Brasil.
Em 2014 foi assinada a Cátedra de Tecnologias Acessíveis da Indra no Brasil com a Red Ilumno, rede formada por nove universidades da América Latina, que inclui as brasileiras Universidade Veiga de Almeida (UVA) e o Centro Universitário Jorge Amado (UNIJORGE). Com tempo estimado de quatro anos, o projeto visa ampliar o acesso de pessoas portadoras de deficiência ao ensino superior à distância.
O projeto prevê várias etapas, começando pela elaboração de um panorama das pessoas com deficiência que já estão no ensino superior à distância. Dentre as instituições que compõem a Red Ilumno, foi mapeado que as deficiências visuais (202), auditivas (100) e de mobilidade (155) são os mais presentes entre os alunos com alguma deficiência.
Depois da fase inicial de pesquisa, a Cátedra irá propor tecnologias que atenderão estas necessidades. Como resultado final, a parceria irá resultar em novas soluções para minimizar a brecha digital que ainda afeta a população com deficiência, trazendo resultados que devem extrapolar as barreiras do Brasil e oferecer alternativas para uma sociedade mais igualitária.