* Por Clayton Montarroyos
Nos projetos da Indústria 4.0 ganham evidência os sistemas e equipamentos de manufatura avançada, de robótica e internet das coisas. Cabe sinalizar que a análise de dados é um dos pilares desta revolução industrial junto com as inovações tecnológicas nas linhas de produção, para ajudar nas decisões tomadas ao longo do processo de transformação digital, que segue em um ritmo impressionante.
Segundo o estudo “Digital Manufacturing – escaping pilot purgatory”, da Mckinsey, dois terços das empresas industriais em todo o mundo citam a digitalização da cadeia de valor de produção como uma de suas maiores prioridades, por meio da automação flexível, da conectividade e da inteligência, que representa o uso de análises avançadas e inteligência artificial a uma matriz de dados para gerar novos insights e permitir uma melhor tomada de decisão. Exemplos incluem manutenção preditiva, gerenciamento de qualidade digital e previsão de demanda orientada por inteligência artificial (IA).
Este mesmo estudo aponta que 90% dos 300 especialistas entrevistados de empresas norte-americanas, alemãs e japonesas acreditam que a Indústria 4.0 melhorará sua competitividade e eficácia operacional, sendo que plataformas de dados industriais se constituem em um facilitador fundamental da 4ª revolução industrial.
As ferramentas de business intelligence (BI) transformam os dados fornecidos pelas máquinas e dispositivos em indicadores confiáveis para um gerenciamento assertivo da linha de produção, das atividades de manutenção, da disponibilidade de estoque e dá visibilidade em tempo real ao funcionamento dos processos fabris, entre outras finalidades.
O gerenciamento do estoque é primordial, por exemplo, porque quando não é bem gerenciado, o estoque pode reduzir a rentabilidade e impacta os negócios. Com melhor visibilidade, os fabricantes podem deixar de lado o uso da suposição do que a empresa tem em estoque. Assim, é essencial ter um software que vai fornecer os dashboards e os detalhes para a tomada de decisões.
Os insights operacionais dão poder aos gestores. As análises vão ajudar a projetar e desenvolver produtos e serviços mais atraentes possíveis aos clientes B2B ou B2C, racionalizando o custo, facilitando a avaliação das metas e garantindo a rentabilidade do ciclo de vida.
Sistemas de BI modernos vão apoiar a inovação e o design com insights de engenharia, satisfação do cliente, confiabilidade de componentes, avaliação de qualidade e análise de prototipagem. Assim, estão emergindo as indústrias data driven.
O segmento de softwares BI para a indústria despotam como uma das principais categorias de software em termos de tamanho de mercado. Ferramentas modernas fornecem tecnologia de indexação de dados tem a capacidade única de combinar dados extraídos de diferentes sistemas (por exemplo, finanças, operações e vendas) para simplificar e acelerar o processo de vendas e operações. O BI reconhece a necessidade de sincronizar os esforços dos tomadores de decisão em todos os níveis – estratégico, tático e operacional – para alcançar em conjunto as metas e objetivos de negócios.
Um importante conceito e prática que surgiu nos últimos anos é o do DataOps, cujo objetivo é o de agilizar a entrega de dados, assegurando qualidade e acuracidade das informações, à medida que os dados brutos, quer estejam em um Data Lake ou em um Data Warehouse, são refinados.
As tecnologias baseadas em dados e suas aplicações estão produzindo e processando dados em um ritmo inimaginável e uma indústria focada no futuro deve reconhecer que as tecnologias da Indústria 4.0 e do Business Intelligence são inseparáveis.
*Clayton Montarroyos, CEO da In – Inteligência de Negócios
Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software