Por Rafael Aielo, especialista em Big Data do SAS Brasil
Toda vez que fazemos uma compra, uma ligação ou interagimos nas redes sociais, estamos produzindo esses dados. E com a recente conectividade em objetos, tal como relógios, carros e até geladeiras, as informações capturadas se tornam massivas e podem ser cruzadas para criar roadmaps cada vez mais elaborados, apontando e, até prevendo, o comportamento de empresas e clientes.
Imagine uma geladeira avisando que o seu pudim favorito está acabando, e que o mercado mais próximo da sua casa o está vendendo com desconto. Agora, pense que um dispositivo RFID pode identificar a sua chegada ao mercado e cruzar um perfil de compras, sugerindo outras marcas de pudim e produtos similares pelo smartphone.
Quando pensamos na análise de todos esses dados, de diversas fontes conectadas, estamos descrevendo as bases fundamentais de Big Data e da Internet das Coisas. Esse conceito deixou de ser uma projeção onírica do futuro para se transformar em uma indústria que movimentará, segundo o IDC, US$ 1,7 trilhão em 2020. Serão mais de 50 bilhões de dispositivos conectados.
Nas empresas, conceitos como o Bring-Your-Own-Device (BYOD), Big Data e Analysis of Things, estão impulsionando novas estratégias baseadas em mobilidade e aproveitamento de dados. Segundo um levantamento do Gartner, 34% das empresas brasileiras devem investir em Big Data até o final do ano. Somente com investimentos em BI e Analytics, o mercado local deverá movimentar cerca de US$ 790 milhões em 2015.
Atualmente, as informações transitam em todas as camadas das empresas e proporcionam inteligência para tomadores de decisão em diferentes áreas. De muitas formas, a tecnologia se tornou uma commodity, de fácil acesso, oferecendo inteligência a empresas cada vez menores. Apesar de o tradicionalismo das PMEs, as novas startups estão surgindo com um DNA baseado na Terceira Plataforma. Em muitos casos, elas possuem os dados como o principal ativo da empresa.
E com o avanço das tecnologias de Cloud Computing, as ferramentas de Analytics deixam de exigir investimentos altíssimos em infraestrutura física de TI, podendo ser disponibilizadas na nuvem a custos mais acessíveis. E mais, a possibilidade de fazer análises em tempo real combinou na entrega de mapas mais velozes e assertivos. Ao demorar na preparação das informações, muitas vezes o negócio se transforma e os resultados já não oferecem mais relevância preditiva. De qualquer forma, isto não significa que não estão tirando proveitos dos seus dados.
No século passado, o físico e teórico alemão, Albert Einstein, afirmou que ter informação não é o mesmo que possuir conhecimento, conceito que perdura até hoje. Atualmente, coletar e analisar dados não é garantia para oferecer inteligência efetiva ao negócio. Por isso, na cultura dirigida por dados, novos profissionais surgem com indiscutível importância. Cientistas e especialistas de dados são qualificados para processar informações e identificar oportunidades valiosas à estratégia de negócios. Do mesmo modo, as ferramentas estão evoluindo e o advento de Advanced Analytics está reforçando a importância do aproveitamento estratégico – e preditivo – das informações.
Estamos em um caminho sem volta, e cada vez mais essa nova realidade impulsionará diferentes mercados e mudanças significativas no modo em que ofertamos e personalizamos produtos e serviços. Certamente, as organizações estão absorvendo uma cultura totalmente movida por dados e contribuirão de forma crucial no desenvolvimento de uma nova era: a era da inteligência.