O diretor da Vertical Energia da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (ACATE), Ricardo Grassmann, diretor-presidente da Way2, participou da mesa que debateu os principais temas identificados no Mapeamento de Fornecedores Nacionais de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) para Redes Elétricas Inteligentes (REI), realizado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), como entraves, recomendações, pontos positivos e oportunidades para o setor. Confira a entrevista que Grassmann concedeu ao Portal ABES.
Qual é o seu balanço do workshop?
Excelente. O workshop tinha como tema central a apresentação do mapeamento da cadeia de fornecedores nacionais de tecnologia da informação e comunicação para Smart Grid. Além disso, a ABDI aproveitou a oportunidade para promover mais discussões. Todos os stakeholders do tema estavam representados, a discussão foi de alto nível e o resultado foi excelente com muito material para enriquecer o relatório.
Na sua opinião, quais são os principais pontos do mapeamento?
A principal conclusão é que para termos de fato o desenvolvimento do mercado para redes inteligentes, é fundamental um alinhamento entre a política industrial, política de telecomunicações e a política do setor. Todos os agentes, instituições e entidades governamentais devem atuar de acordo com uma política de longo prazo bem planejada e alinhada, caso contrário não entregaremos à sociedade os benefícios que a rede inteligente pode e deve prover.
Outro ponto a destacar é que apesar dos investimentos em P&D já terem ultrapassado R$ 1 bilhão, provavelmente chegando a R$ 3 bilhões no biênio 2013/2014 ainda é muito pouco em relação aos valores necessários para a implantação em escala do conceito.
O que traz dessa experiência para Santa Catarina?
Através do mapeamento identificou-se que existe parte da cadeia produtiva muito bem atendida com fornecedores nacionais, mas em algumas verticais existem inúmeras oportunidades para desenvolvimento de tecnologia nacional. O Estado de Santa Catarina com sua tradição de inovação e empreendedorismo pode aproveitar a oportunidade para mais uma vez despontar com soluções para a cadeia de valor de redes inteligentes.
Alguma outra informação que queira destacar?
O mapeamento nacional é apenas uma das etapas previstas no projeto de Mapeamento da Cadeia de Fornecedores de TIC para Redes Elétricas Inteligentes. Outra etapa que acontecerá no decorrer de 2014 e será fundamental na análise e sucesso deste mercado é a de identificação e avaliação dos modelos de negócio. As alternativas de modelo de negócio podem ser a solução para a difícil equação financeira de roll-out total das Redes Elétricas Inteligentes no Brasil caso estejam alinhadas com outras tendências com a das Cidades Inteligentes e Internet das Coisas (IoT). Por esta razão o alinhamento das políticas públicas de longo prazo é tão fundamental para a desenvolvimento do nosso país e de nossa sociedade.