A gestão que conhecemos e ainda é praticada na maioria das organizações tem sua origem na era industrial, há mais de 100 anos, ou seja: ela foi criada no século 19.
E, nós estamos no século 21!!!! O mundo JÁ mudou. Ponto!!!!!
Alguém tem alguma dúvida sobre isso????
Frequentemente, esquecemos de que “GERÊNCIA” não é algo natural, ou seja, não é algo criado pela natureza. Não é como uma árvore ou um rio, por exemplo. Na realidade, gerência é como um computador, uma bicicleta. É algo inventado pelos HOMENS!!!
Gary Hamel, um dos gurus mais famoso de gestão, afirma que gerência é uma tecnologia. Daniel Pink, outro guru conceituado na área de Motivação, afirma que a motivação extrínseca, é uma tecnologia que se tornou obsoleta.
Essas condições deixam a gestão fora de sintonia com as capacidades não rotineiras, típicas do lado direito do cérebro: onde está, entre outras coisas, a nossa criatividade.
Requisito fundamental requerido, hoje, pela maioria das empresas do século 21 que estão se defrontando com a Transformação Digital.
A prática de Gestão de Pessoas, baseada na premissa de que, para agir ou seguir adiante, precisamos de um empurrão – que sem recompensas ou punições ficaríamos parados ou, ainda que, uma vez em movimento, as pessoas precisam de direção – que sem um guia confiável e firme, elas ficariam à deriva NÃO FUNCIONA
Será que REALMENTE essa é a nossa natureza fundamental? Ou usando uma linguagem do mundo digital, será que este é o nosso “contexto default”? Quando chegamos no mundo, estamos condicionados a ser passivos e inertes? Ou somos programados para ser ativos e envolvidos?
Eu afirmo para vocês de que resposta é a segunda opção: NOSSA NATUREZA BÁSICA É SERMOS CURIOSOS E AUTODIRIGIDOS. É a nossa forma de extrapolar limites.
Se aos 20 anos ou aos 50, somos passivos e inertes, não é por conta da nossa natureza. É porque algo, no ambiente que estamos, ativou nosso contexto padrão.
E, este algo nas organizações é a gestão, que é praticada, que está modificando nossa natureza básica e produzindo comportamentos “padrões” de passividade e inércia.
É IMPOSSIVEL falar de AUTONOMIA, sem deixar para trás comportamentos padrões. É necessário resistir à tentação de controlar pessoas – e, em vez disso, fazer o possível para reavivar o comportamento de curiosidade e autodireção, que são os pilares da AUTONOMIA.
Autonomia é uma das mais importantes necessidades humanas. A qualidade fundamentalmente autônoma da natureza humana é essencial para a teoria da autodeterminação.
A Autonomia envolve um comportamento com total senso de vontade e escolha. Ela é diferente de independência. Não se trata do individualismo extremo, de quem não confia em ninguém.
Autonomia, como conceito humano, significa agir com critério – o que quer dizer que podemos ser, ao mesmo tempo autônomos e interdependentes com os outros. Autonomia tem relação direta com bem estar geral.
Cientistas sociais verificaram que autonomia é algo que as pessoas buscam e que melhoram suas vidas. A Autonomia exerce um efeito poderoso sobre o desempenho e a atitude individuais.
Uma pesquisa feita pelos pesquisadores da Cornell University, que fica no estado de Nova Iorque nos Estados Unidos, observaram 320 empresas. Metade proporcionava autonomia aos empregados, enquanto a outra metade acreditava na direção top down, ou comando e controle.
As empresas que ofereciam autonomia cresceram QUATRO VEZES mais que o índice apresentado pelas empresas controladoras e UM TERÇO da sua rotatividade.
Ainda assim a grande maioria das empresas permanece no comando e controle. Ainda a gestão do século 21 parte do pressuposto de que as pessoas estão mais para marionetes do que para protagonistas.
A gestão ainda está sustentada em torno da supervisão, das recompensas e de outras formas de controle como “empoderamento” e “flexibilização”.
A noção de “empoderamento” pressupõe que a organização detém o poder e, de maneira boazinha, cede uma parte deste poder para os funcionários carentes e este ficam agradecidos. Isto NÃO É Autonomia. Trata-se de uma forma “mais branda” de controle.
Outro exemplo é a adoção do horário flexível, que também é uma forma de controle “disfarçado”, pois as pessoas continuam tendo que cumprir um horário flexível religiosamente, uns continuam batendo o ponto, outros são supervisionados diretamente pelo gestor e tudo acaba numa administração insana de Banco de Horas. A flexibilidade apenas alarga as grades e, de vez em quando, abre os portões.
Resumo da ópera: a gestão não é a solução, É O PROBLEMA!!!!
Já é hora de pegar a GESTÃO como conhecemos e incinerá-la e jogar as cinzas em algum lugar. Os dias de hoje, CLAMA não por uma gestão melhor e sim por uma LIDERANÇA de fato. Clama pelo renascimento da autodireção, da AUTONOMIA.
Bye, Bye Gestão!!!!