*Por Caio Klein
As empresas já entenderam que investir em tecnologia tornou-se crucial para manter a competitividade no mercado, especialmente em datas com alta demanda, como a Black Friday. Esta necessidade por tecnologia surgiu, principalmente, pelo fato dos canais digitais de atendimento ao cliente abrirem oportunidades para atingir públicos muito além das tradicionais lojas físicas. No e-commerce, por exemplo, tal cenário é muito significativo, uma vez que as limitações físicas impostas por uma loja real não valem mais para esse mundo. Para se ter uma ideia, o comércio eletrônico brasileiro fechou o primeiro semestre de 2022 com R$ 118,6 bilhões em vendas, apontando um crescimento de 6% em relação a 2021.
Este ano ainda temos um fator extra que colabora para o crescimento do e-commerce e, consequentemente, demanda atenção para as questões técnicas de sites. Segundo a Associação Brasileira do Varejo (ABV), a junção de Black Friday e Copa do mundo na mesma época do ano deve aumentar em 12% as vendas, o resultado pode ser a entrada de até R$ 20 bilhões na economia.
Contudo, é necessário refletir e planejar, para que uma loja virtual opere adequadamente, e contar com recursos de ponta sustentando o negócio como um todo. Isto porque, os computadores possuem quantidade de memórias e poder de processamento limitados e que, portanto, precisam ser respeitados. Para isso, é fundamental contar com soluções que permitam tornar o workload elástico e pronto para escalar em situações de pico de visitas, para que a loja possa acomodar um número muito maior de clientes.
A nuvem como aliada do e-commerce
Sem dúvidas, a migração para a nuvem assume um papel imprescindível quando o assunto são as tecnologias para sustentar um negócio. De maneira geral, a nuvem nada mais é do que um conjunto de data centers gerenciados por empresas especializadas do setor. Desta forma, por meio das tecnologias que essas organizações disponibilizam, é possível consumir memória e processamento de computadores de maneira muito mais dinâmica.
Trocando em miúdos, se a aplicação de uma companhia demandar mais memória ou processamento, é preciso solicitar e receber imediatamente os recursos que estão faltando, uma vez que esses “data centers” dispõem de quantidades massivas de recursos e podem alocar para o seu uso quando necessário. Isto ajuda, inclusive, na redução de custos, uma vez que a empresa só pagará pelo tempo em que estiver utilizando este ambiente.
Assim, fica evidente que as lojas online precisam contar com uma infraestrutura virtualmente infinita por meio de provedores de nuvem a nível global. Isto oferece às empresas a tranquilidade de que o e-commerce não estará limitado por recursos computacionais escassos.
Desafios das empresas que não investem na nuvem
Partindo do pressuposto de que ambientes virtuais são infinitos, a tecnologia por trás desses ambientes é baseada em computadores com recursos reais e limitados. Sem eles, as lojas virtuais não existem, e por menor que seja o espaço virtual que um visitante digital ocupa nesse sistema, é necessário contar com a preservação sob forma de memória RAM, ciclos de processamento e, outros processos que envolvem a manipulação de um pedido digital. Por este motivo, a cloud é, definitivamente, o melhor ambiente possível para acomodar o crescimento instantâneo de demandas por recursos computacionais.
Sem a nuvem, seria preciso comprar o “hardware” necessário para atender o pico de demanda em datas sazonais, existindo diversas adversidades nesta tarefa. Entre elas, estão: o fato de a empresa não saber exatamente qual será o pico de demanda e o real consumo de recursos quando ele ocorrer, a ciência de que é preciso montar toda a automação necessária para que a aplicação se beneficie dos recursos adicionais que a companhia está comprando, bem como a necessidade de desembolsar um enorme CAPEX para comprar equipamentos que ficarão ociosos a maior parte do tempo.
Integração de sistemas: a chave do sucesso do e-commerce
A transformação digital normalmente se apresenta como novas soluções, processos e sistemas que são integrados ao ambiente existente. O mercado de varejo, em especial, vem passando por um processo muito forte de digitalização, uma vez que canais novos de vendas, como o e-commerce ou marketplaces, são soluções de CRM que agregam personalização no trato com o cliente final, promovendo eficiência nas compras, vendas e logística, que são diariamente incorporadas ao dia a dia dos varejistas.
Toda essa inovação deposita uma pressão gigantesca nos mecanismos de interconexão dos sistemas legados que precisam necessariamente receber e consolidar informações dos novos canais digitais. Por isso, em um ambiente altamente interconectado como o e-commerce, é imperativo que a infraestrutura de integração possa escalar juntamente com a sua aplicação, permitindo interagir com todos os blocos e serviços auxiliares que garantem o sucesso da loja virtual.
Outro ponto crítico está relacionado a saber utilizar todos os recursos. O que muitos não sabem é que não é necessário, por exemplo, montar uma rede de logística própria para entregar mercadorias. Atualmente, já existem empresas especialistas nesse serviço, otimizando todo o processo logístico, contemplando etapas importantes como meios de pagamento, cálculos de impostos, gerenciamento de estoque e assim por diante.
Segurança no e-commerce
Assim como as lojas físicas requerem proteção, as lojas e os sistemas virtuais também necessitam de segurança, já que as vulnerabilidades crescem à medida que o sistema se torna mais escalável e robusto. Nesse sentido, contar com um esquema de segurança pensado para proteger e monitorar os ambientes virtuais do e-commerce pode ser a chave para o sucesso da operação.
Parte dele, normalmente, é definido por processos e procedimentos, mas outra parte significativa é montada por ferramentas que auxiliam na prevenção, monitoramento e mitigação de eventuais ataques. Afinal, você montaria uma loja infinitamente grande sem colocar guardas, câmeras de segurança e sensores eletrônicos espalhados por todos os lados? No universo virtual a ameaça é semelhante, e por isso, a segurança cibernética é tão importante.
Além disso, durante os momentos de alta demanda, os sistemas tornam-se mais frágeis a ação de agentes maliciosos, aumentando a necessidade de investimentos em soluções de cibersegurança de ponta para lidar com estes ataques, monitorando e protegendo as operações online.
Para fugir de ciberataques, é necessário avaliar a postura de risco dos ambientes de TI das empresas. Serviços como testes de penetração e/ou intrusão, imitam as ações de um hacker e são importantes para a identificação de “gaps” de segurança. Por isso, criar e estabelecer um programa de conscientização de segurança da informação junto aos seus colaboradores e gestores é outro ponto que contribui muito na mitigação de riscos.
Em suma, todos esses tópicos estão diretamente ligados ao objetivo que as empresas mais almejam: conquistar e fidelizar clientes. Para fazer da experiência online um diferencial positivo as empresas precisam potencializar o investimento em tecnologias responsáveis por interagir com o consumidor. Só assim, elas estarão preparadas e resguardadas para atender seus clientes com excelência não apenas na Black Friday, mas em qualquer época do ano.
*Caio Klein é CPO da Sky.One
Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software